Page 77 - UM SINAL NA HISTÓRIA
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Concomitantemente a esse debate, a Asbac Nacional decidiu se manifestar em favor da sin-

dicalização. Em carta à Diretoria de Administração do Banco Central, encaminhada em maio de
 1985, o então presidente da associação, Luiz Felipe Denucci Martins, defendeu a ideia: “(...) O
  momento histórico que estamos vivendo torna oportuno que conquistemos mais um direito: a opção de sermos

   sindicalizados juntamente com os demais colegas bancários. Ao pedir seu apoio à campanha de sindicalização,
    queremos destacar que sua adesão é a favor de: uma causa democrática; exercitar um direito; e definir quem
     deve defender seus interesses profissionais (...)” (Jornal da Asbac Nacional, no 1, julho/1985)

             	

              Os funcionários, por sua vez, organizavam o 2o Encontro Nacional dos Funcionários,

        marcado para agosto de 1985. O objetivo era desenvolver a campanha salarial de setembro,

         mas também debater a organização do funcionalismo. A expectativa, nesse sentido, estava

          em torno da realização de nova AGE para apreciar a proposta de mudança do estatuto da

           Asbac, de forma que a entidade passasse a representar os interesses de seus associados

            junto à Administração do Banco Central. Além disso, a defesa do direito à sindicalização

             também foi um dos pontos de pauta do encontro.

     Em setembro de 1985, os funcionários puderam enfim decidir, em Assembleia                                  77
Geral Extraordinária, entre duas opções de representatividade: sindicalização
 (proposta 1) ou Asbac representativa (proposta 2). Em primeiro turno, o resultado                              Movimentos políticos e reivindicatórios dos funcionários do Banco Central

  foi apertado, com vitória da proposta 1 por 2.433 votos, contra 2.332 para a proposta
   2. A regional de Brasília era uma das principais defensoras da sindicalização, e já
    àquela época iniciava uma organização em favor da adesão ao Sindicato dos

     Bancários.

     “Esse momento é muito importante, porque marca uma inflexão grande.
Todo aquele movimento inicial, que começou lá em 1978, que tentou ir pela
UNTBC, e depois tentou ir pela Asbac, nesse momento tem uma clivagem.

  O movimento tem opiniões diversas. Muita gente da categoria isolada de
   Brasília, que estava na UNTBC, não concordava em transformar a Asbac
    em entidade representativa, com argumentos que são absolutamente

     legítimos. Nessa linha, eles fizeram campanha dizendo o seguinte: nós
      já temos nossa entidade representativa, que é a dos bancários. Naquela
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