Page 76 - UM SINAL NA HISTÓRIA
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Um Sinal na Históriarealizou-se novo Encontro Nacional dos Funcionários do Banco
Central (ENF), com a participação de diferentes segmentos:
integrantes da DI, da Comissão Nacional da Categoria Isolada,
funcionários pró-Sindicato dos Bancários, entre outros. Além de
eleger os membros da Comissão Nacional de Representantes dos
Funcionários, os participantes do encontro apoiaram a luta pela
antecipação salarial de 25%, conquistada após mobilização intensa
do funcionalismo – que culminou na criação da Comissão Aberta de
Mobilização dos Funcionários.
Também no ENF, os funcionários decidiram apoiar duas campanhas:
pela sindicalização e pela mudança do estatuto da Asbac, incluindo a
representatividade como um de seus objetivos.
A defesa por representação, no entanto, gerou insatisfação em uma parcela
dos funcionários do Banco. Um grupo manifestou-se em carta ao jornal Linha
76 Direta, publicação interna do Banco Central:
“(...) Transformar a Asbac em sindicato para quê? Para atender a um grupo que parece ter
desistido de trabalhar para o Banco Central e resolvido fazer análises políticas aqui dentro? Por que
tanta ânsia em ser sindicalizado?” (Linha Direta, ano III, no 37, maio/1985).
O posicionamento gerou manifestações favoráveis e contrárias, também publicadas
no Linha Direta.
“Tivemos que lidar com reações bastante enérgicas de um grupo que questionava alguns
pontos das decisões do ENF, mas que no fundo atacava com força a organização dos funcionários
do Banco Central. Eles acreditavam que nossas organizações e reivindicações atrapalhavam a
relação com as Diretorias, principalmente na área de Recursos Humanos. Chegaram a sugerir que
deveríamos ‘dedicar umas horas a mais de trabalho nas funções’. Como se vê, não era nada fácil
lutar pelos nossos direitos e pela construção de uma entidade que pudesse nos representar”, avalia
Arlindo Soutelo, que integrava o Movimento por Democracia e Independência na Asbac.