Page 78 - UM SINAL NA HISTÓRIA
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época isso soava como se fosse uma coisa possível, porque a ditadura
estava acabando, então todo mundo no seu íntimo pensava: mais dia
ou menos dia nós vamos ter liberdade de expressão nesse país, então a
gente vai arrancar os direitos de sindicalização, e já tem o Sindicato dos
Bancários, não tem que fazer outra coisa”, detalha Edison Cardoni. Ele,
assim como outros integrantes da DI, defendia a Asbac representativa, e
também o direito à sindicalização.
O segundo turno da AGE, realizado por não terUm Sinal na História
sido atingida a maioria absoluta na primeira votação,
ratificou a preferência dos associados pela sindicalização,
em detrimento da proposta de Asbac representativa.
O resultado da assembleia instigou a discussão
sobre sindicalização de funcionários de empresas estatais e
autarquias. Segundo registros da Comissão de Funcionários
78 do Banco Central, o então ministro do Trabalho, Almir
Pazzianotto, chegou a sugerir a filiação em massa como forma
de pressionar uma alteração legal que permitisse a adesão aos
sindicatos. Para o funcionalismo do Banco, no entanto, havia
um obstáculo maior: além do impedimento previsto no Artigo
566 da CLT, o Estatuto dos Funcionários também proibia
a sindicalização, em seu Artigo 108, conforme destaca o
boletim Encontro (no 8, outubro/1985), editado pela Comissão
Nacional de Negociação, eleita no 2o Encontro Nacional de
Funcionários.
Envolvida com essa questão, a Comissão de Folheto da chapa Asbac Democratica, que concorreu às eleições ao C
Negociação deflagrou uma campanha de luta pela
sindicalização, com força maior em Brasília, que
incluía três pontos: assinatura de requerimento em favor
da revogação do Artigo 108 do Estatuto dos Funcionários;