Page 94 - Um Sinal na História - Volume 2
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Um Sinal na HistóriaAo deixar o cargo, afirmou que voltaria ao mercado para recuperar
o dinheiro que deixara de ganhar enquanto esteve à frente do Banco
Central. Eris foi substituído por Francisco Gros, que já havia presidido
a instituição entre fevereiro e maio de 1987.
Em nota divulgada pelo jornal Folha de São Paulo, na véspera da
saída de Eris, o retrato da insatisfação dos funcionários do Banco com o
seu presidente:
“Torcida contra: Funcionários ficaram anteontem no Banco Central até
depois do expediente. Torciam pela prisão de Eris. Eles acham que o presidente
do BC é o responsável por sua situação salarial, que dizem ser a pior que já
houve”.
Diante de tantos desmandos e de tantos problemas, no mesmo mês em que
94 Ibrahim Eris sai do BC, mais uma paralisação começa a ser organizada pelos fun-
cionários. Já havia, no momento, uma grande mobilização dos servidores por todo
o país. A princípio, a paralisação seria de 2 horas, em diversas capitais. Em pauta, o
pedido por maiores salários e a contratação de funcionários para a instituição. Em
1991, o Banco tinha pouco mais de 6 mil trabalhadores, quase mil a menos do que o
corpo de funcionários que existia em 1979, por exemplo.
Após essa paralisação, uma greve de sete dias mobilizou o corpo de funcionários do
Banco. Somente no Rio de Janeiro, cerca de 1100 funcionários aderiram ao movimento,
gerando impactos diretos no mercado interbancário e o movimento de overnight no Rio.
Ainda no mesmo ano, outras greves e paralisações em nome de melhorias salariais fo-
ram realizadas, fruto dos problemas econômicos vividos no país.