Page 93 - Um Sinal na História - Volume 2
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interessar ao aperfeiçoamento da organização dos trabalhadores e suas lutas. Em nota, o SINAL
 dizia: que “a diretoria demonstra não querer aperfeiçoar sua relação com o Funcionalismo”.

     Foi também em 1991 que o SINAL encampou a luta dos funcionários do BC em defe-
sa da CENTRUS - Fundação Banco Central de Previdência Privada. Durante a o governo
de Fernando Collor, foi determinado, através da Medida Provisória 294, que a CENTRUS

  deveria comprar os chamados Certificados de Privatização, consideradas por muitos como
   ações de estatais falidas. Ação apoiada pelo presidente do Banco, Ibrahim Eris. Com isso,
    o Sindicato ingressou na Justiça solicitando um Mandato de Segurança Coletivo contra

     essa decisão.

     Em março de 1991 começaram a circular rumores de que Ibrahim Eris estaria                 93
deixando vazar informações privilegiadas do Banco Central. Ele chegou a pedir de-
 missão do cargo, mas voltou atrás depois de conversar com Fernando Collor e a Mi-             História do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (1988-1998)

  nistra da Economia da época, Zélia Cardoso. No mês seguinte, o procurador-geral
   da República, Aurélio Virgílio Veiga Rios, pediu que a Justiça condenasse Eris a
    indenizar o Banco Central, por perdas e danos, pela liberação de dois milhões e

     quinhentos mil dólares, ao câmbio oficial, para pagar o resgate do publicitário
      Roberto Medina, que fora sequestrado. A procuradoria não foi atendida.

     Em maio Eris teve prisão decretada pela 4ª Vara Federal, porque o Ban-
co Central não suspendera a liquidação extrajudicial da Corretora Argos do
 Rio de Janeiro, iniciada em dezembro de 1990. Na verdade, o Banco Central

  já havia sustado a liquidação, mas não suspendera a indisponibilidade dos
   bens dos proprietários da corretora. Por interferência da ministra Zélia,
    que determinou à Procuradoria da Fazenda uma solução jurídica que

     assegurasse a liberdade de Eris, a ordem de prisão foi suspensa pela
       juíza. Naquele mesmo mês, após a substituição de Zélia no Ministério
        da Economia por Marcílio Marques Moreira, Eris pediu demissão.
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