Page 99 - Um Sinal na História - Volume 2
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Enquanto isso, no Banco Central, a diretoria volta a agir de modo a coibir a organização
sindical efetuando cortes na liberação de funcionários à disposição do SINAL e proibindo a
realização de assembleias dentro do Banco ou no auditório da ASBAC. Além disso, o BC cor-

  tou a possibilidade de desconto em folha da AFBC e informou que, mais uma vez, o índice
   de reajuste dos salários ficaria atrelado ao do Banco do Brasil.

     Outras possibilidades de perdas também foram informadas pela diretoria do Banco
em agosto. A presidência pretendia mexer no FASPE, o fundo de saúde dos funcionários,
 com pretensões de terceirização do serviço, possibilidade de extinção de atendimento

  psicossocial e a demissão de dois enfermeiros do corpo médico.

     Todas essas medidas deixavam os funcionários do BC descontentes, levando a                99
uma mobilização que pedia a saída do então Diretor de Administração do Banco, Cin-
 cinato Rodrigues de Campos. Outros fatos ligados à sua gestão mostravam que o pe-             História do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (1988-1998)

  dido dos funcionários do BC fazia sentido. Com confisco de documentos e crachás
   dos funcionários do SINAL, ficava claro que o tratamento dado ao funcionalismo
    do Banco estava longe de preceitos como respeito e ética.

     A queda do diretor da Dirad, Cincinato Rodrigo de Campos, foi um pe-
dido direto do Sinal ao presidente da República, Itamar Franco. Isso se deu
 assim: após a posse como presidente, Itamar Franco, convida o Sinal para

  uma reunião. O convite foi decorrência de dois fatores principais. Um, pela
   atuação do sinal ao posicionar-se contrariamente à ordem do presidente
    Collor de que os documentos do BC, destinados à CPI, deveriam passar

     pelo palácio do Planalto. A luta de resistência foi travada, principalmente,
      via imprensa. Outra, pelo fato de o documento fatal que deu prova mate-
       rial para o impedimento do Collor ter sido o cheque da compra do carro

        Elba, sem fonte legal de recursos.
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