Page 92 - Um Sinal na História - Volume 2
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de controlar os estragos que poderiam ser feitos ao sistema financeiro
como um todo pela presença de um grande banco com problemas de
liquidez aumentava ainda mais as expectativas inflacionárias no país.
O Banco Central assumiu as perdas, monetarizou os títulos para
socializar o prejuízo e pediu trégua com mais uma rodada de desindexa-
ção. Decretou-se, assim, mais um adiamento do apocalipse, com congela-
mento de preços e de câmbio, e o anúncio de um programa de retomada
dos investimentos.
As mudanças na economia traziam também uma notícia nada agradável
aos funcionários do BC: com o novo plano econômico, os servidores tiveram
a suspensão dos adiantamentos de férias e do FASPE. Para o SINAL, um claro
anúncio da continuidade da política de desmantelamento do Banco. Falta de pes-
92 soal, de material de trabalho e a ameaça de novos cortes preocupavam e mobiliza-
vam o funcionalismo.
Um Sinal na História Se não bastassem todas as questões econômicas e sociais que envolviam o fun-
cionamento do Banco e a vida dos funcionários, questões como o debate sobre o RJU
e a disputa com as entidades que representavam os bancários ainda faziam parte das
pautas dos servidores do BC. Além disso, a direção do Banco Central decidiu, em março
de 1991, diminuir o número de funcionários que teriam o ponto liberado para a partici-
pação em atividades do Sindicato: a partir daquele momento, somente 3 pessoas poderiam
ser liberadas e ainda designava ao SINAL o ônus de arcar com os custos relacionados aos
dias sem trabalhar pelos servidores.
A decisão do Banco Central foi como um golpe dentro da organização sindical, pois
impossibilitava que o funcionalismo participasse e acompanhasse os eventos que pudessem