Page 58 - Um Sinal na História - Volume 2
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teriam que apresentar outra oferta se uma mobilização vier posterior-
mente a ocorrer. Então eles esperam.
E essa espera foi do final do ano de 1988 até maio/1989. Em
maio daquele ano, a categoria foi à greve, puxada pelo Sinal. Foram uns
quinze dias de greve. Uma das grandes greves dos servidores do Banco
Central. Junto com a pauta de reivindicações estava a indignação com a
gestão Camões. Esse presidente do Banco Central estava na mira do Sinal,
desde a tentativa de demissão dos 19 grevistas da greve em um ano antes,
em abril/88.
Alguns fatos são destaque nessa greve. A extensão dela, pelo massivo
apoio de grevistas. Os fatos de nas Regionais não se permitir a entrada/saída
de carros fortes do Mecir para levar numerário ao mercado financeiro (até deitar
58 no chão, na porta da garagem com a bandeira nacional para evitar a passagem
dos carros fortes); a fita das operações do mercado aberto ficou retida no prédio
Um Sinal na História do Banco Central, no Rio, com o sacrifício dos grevistas fazendo vigília noturna e
diurna sobre a fita, e vários outros fatos semelhantes em todas as regionais. A greve
forçou o Banco a fixar a taxa Selic, num quadro de inflação que exigia alteração diária,
levando a ganhos ou perdas, conforme a posição de cada operador. Tudo somado, a
greve estava forte e urgia uma solução. Entrou em cena o TST, trazendo à tona o dissí-
dio que adormecia.
O julgamento foi excelente para os servidores. Na oportunidade, o Sinal passou in-
formalmente a informação de que o Banco tinha o dinheiro para o atendimento da pauta,
mas faltava-lhe um suporte para pagamento. Passou-se também a informação de que a greve
estava sob o comando do Sinal, principalmente em seus pontos nevrálgicos.