Page 62 - Um Sinal na História - Volume 2
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Um Sinal na HistóriaUm dos principais defensores da realização da votação era
Afonso Carlos Vieira Magalhães, presidente da seção regional de Bra-
sília da AFBC. Em entrevista concedida em 1989, ele afirmou: “Depois
do que infelizmente foi decidido pelo Tribunal Superior do Trabalho,
é preciso mostrar ao legislador o pensamento dos funcionários”. A fala
de Afonso Magalhães nasce da certeza de que os empregados do Banco
Central prefeririam ser considerados bancários do que servidores públicos.
Ele ainda completa: “O Sindicato dos Bancários é bem mais equipado, tem
tradição e mais garra para resistir à tendência de nos transformarem em ser-
vidores públicos”.
Paulo Eduardo de Freitas, na época, presidente do SINAL e da AFBC,
afirmava que os direitos adquiridos pelos funcionários do Banco Central não
mudariam e estavam garantidos pela Constituição em seu artigo 5°. “É necessário
62 desmistificar a ideia de que nossa definição como bancários é que nos dará estabi-
lidade e segurança. Se pensarmos desta forma, estaremos, na verdade, caminhando
para a derrota”, defendeu.
A disputa pela representatividade dos funcionários do Banco Central chegou
até a proposta de realização de plebiscito promovido e amplamente divulgado pela
CONTEC, Sindicato dos Bancários, Sindicatos dos Servidores Federais, CUT, CGT e
a chamada Tendência Bancária. A ideia era de que o resultado servisse como referencial
até mesmo para o Judiciário em futuras ações que pudessem ser movidas.
Contrário a isso, o Sinal afirmava que já havia ocorrido um plebiscito em outubro/88,
justamente com as opções sindicato próprio versus Sindicato dos Bancários, com a participa-
ção de 54% da categoria, e o resultado da votação foi de 75% a favor do sindicato próprio.
Paulo Roberto de Castro, diretor de Relações Internas da AFBC/SINAL, deixou claro, em