Page 57 - Um Sinal na História - Volume 2
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espaço do controle do Estado sobre o conflito trabalhista, de características ideológica e política
nada plausíveis. Entretanto, o ajuizamento de dissídio coletivo pelo Sindicato dos Bancários/
CONTEC exigia pragmatismo e adaptação às circunstâncias. Afinal, o Sinal precisava disputar
a representação em todos os fóruns.
Foi instaurado o dissídio do Sinal para disputar a representação com os bancários e
conseguir ganhos para a categoria.
Na reunião de conciliação, aquela que antecede o julgamento pelo colegiado de mi- 57
nistros, já ficara claro que o ministro relator do TST tinha um reconhecimento e admira-
ção da força do Sinal. Informalmente a direção do Sinal exibiu o seu maior trunfo: 25% História do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (1988-1998)
da categoria filiada. No próprio debate, era visível o domínio do Sinal sobre a pauta de
reivindicações, aspecto mais difícil, por distanciamento, para o Sindicato dos Bancá-
rios. Não houve acordo com o Banco Central, que, por razões de conforto, optara
pelo acórdão do Tribunal a ser cumprido, em lugar de dispor-se a pagar sem ordem
superior. Importante, também, que o relator do processo do TST tenha sinalizado
as reivindicações que seriam atendidas, por meio de proposta de acordo, mesmo
que ele não tenha ocorrido. A proposta de acordo oferecida pelo ministro re-
lator foi previamente acertada com os sindicatos, no intervalo em que a sessão
de conciliação fora suspensa. Somente o Sinal pôde sugerir a prioridade de
atendimento da pauta, pela vivência com a categoria, aferida nas assembleias.
Passada a reunião de conciliação, o processo ficou adormecido no
TST. Parece que há uma lógica comum entre o Tribunal e o Banco diante
de uma reivindicação sem mobilização. Mesmo que já tenham um juízo
pelo atendimento da reivindicação, seguram o desfecho à espera de um
momento político mais agudo e de conflito. Tem sido comum nessa es-
tratégia, a ideia de que, se atenderem a pauta, num quadro de calmaria,