Page 103 - Um Sinal na História - Volume 2
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Começa 1993, é mais um ano com expectativas de mudanças políticas e econômicas no
país. Concretizado o impeachment de Collor, Itamar Franco assume, em definitivo, o poder até
a realização de novas eleições majoritárias, marcadas para 1994. Com as mudanças na presi-
dência, mudam-se também os cargos de direção do Banco Central. Já nos primeiros dias de
janeiro, o SINAL lançava um boletim nacional chamando a atenção às nomeações para os
altos cargos do Banco.
O Sinal, desde o seu nascimento, e em conformidade com os valores dos servidores,
assumiu que as questões institucionais do Banco Central eram uma pauta central das
suas atividades, ao combinar a busca do atendimento dos interesses materiais e imate-
riais da categoria, o que sempre lhe configurou um caráter singular dentre as entidades
sindicais.
Em abril, o novo diretor de administração do BC já estava nomeado. Era 103
Carlos Eduardo Tavares de Andrade que, em uma primeira reunião com represen-
tantes do Sindicato se mostrou disposto a discutir todas as questões apresentadas História do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (1988-1998)
pelo funcionalismo. Entre essas questões, estava a eliminação de cláusulas con-
sideradas inadmissíveis pelos funcionários do Banco e propostas pela antiga
diretoria, como a aplicação de faltas em decorrência da participação em greves,
assim como a correção salarial do período entre setembro e dezembro de
1991, ainda pendente. Outra reivindicação era de que o Banco finalmente re-
conhecesse o SINAL como representante dos funcionários, algo que já era
claro naquele momento, tanto aos funcionários, quanto para a justiça que,
por mais de uma vez, deu ganho de causa ao Sindicato.
Reconhecimento judicial que ficou claro neste mesmo mês de
abril, quando o Supremo Tribunal Federal confirmou, por unanimida-
de, a impossibilidade de a CONTEC e de os Sindicatos dos Bancários
representarem o funcionalismo do Banco Central. O reconhecimen-