Page 29 - Um Sinal na História - Volume 2
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Democracia direta e ampla participação: conceitos que pautaram a elaboração da Consti-
tuição Federal e que nortearam também a criação do SINAL, que, quando nasce, ganha o nome
 completo de Sindicato Nacional dos Servidores Federais Autárquicos nos Entes de Formula-

  ção, Promoção e Fiscalização da Política da Moeda e do Crédito. O SINAL nasce da vontade
   política dos servidores do Banco, fruto da combinação da possibilidade jurídica trazida com
    a Constituição de 1988 com o crescimento dos movimentos sociais no país.

     Paulo Eduardo de Freitas, primeiro presidente do Sindicato, define o SINAL como            29
um “sindicato de confronto”. Segundo ele, está no cerne da organização o conceito de
 que é o exercício de confrontar que leva a vitórias por parte do funcionalismo. Além           História do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (1988-1998)

  disso, Paulo Eduardo defende também que o processo sindical somente se desenvolve
   com consistência se houver atuação do sindicato na construção da subjetividade que
    povoa os corações e mentes de seus filados. E, por confronto, entende-se que é pre-

     ciso pautar questões da categoria, mobilizar o funcionalismo e gerar fatos e espaços
      de poder capazes de levar à mesa de negociação a pauta pretendida. E é justamente
       através dessa visão que, segundo ele, o SINAL se cria, se desenvolve e se mantém.

         “O SINAL é um sindicato livre, com ampla participação e independência políti-
          ca. Há entre nós a soberania de classe e a independência do Estado”, completa
           (grifo nosso).

     Independência que se reflete, inclusive, no modo escolhido para a ma-
nutenção do Sindicato. Ao contrário das organizações que surgem com a
 Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o SINAL não cobra o chamado

  “imposto sindical” de seus filiados. O conceito que funda a organização
   tem como base a liberdade, tanto do funcionalismo ao se filiar ao Sindi-
    cato, quanto, como já foi dito, das amarras com o Estado. Portanto, são

     os próprios filiados que mantém o SINAL desde a sua criação.
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