Page 33 - Um Sinal na História - Volume 2
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Em setembro/88 estava patente que a nova Constituição traria de fato o direito de os ser-
vidores públicos se sindicalizarem. Esse direito vinha com a marca do sindicato livre em vários
pontos, portanto com a liberdade de os servidores escolherem a entidade sindical.
De outro lado, desde a fundação da AFBC – Associação dos Funcionários do Banco
Central, havia um debate em torno de umas tantas questões relacionadas a sindicato, como
a natureza jurídica da relação de trabalho e do Banco Central, a identidade da categoria, o
centro de poder de deliberação relativo a demandas materiais e imateriais dos servidores.
Além do debate, a categoria acumulou experiências densas sobre processos sin- 33
dicais, como duas grandes greves, filiação na AFBC perto dos 90% dos servidores
da ativa, uma campanha muito bem sucedida em defesa do programa de saúde, a História do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (1988-1998)
exoneração de um diretor de administração, a capacidade de sustentar a defesa de
perseguidos por razão de greve até a sua reinserção regular no quadro funcional, o
isolamento interno do presidente da Instituição, até a exoneração no ano seguinte,
tempestivamente a defesa moral e política dos servidores em relação a tentativas
de desmoralização pela imprensa.
A combinação das defesas de teses e a experiência acumulada da catego-
ria dava maturidade aos servidores para escolherem a entidade sindical. Duas
propostas estavam presentes no cenário: Sindicato dos Bancários ou Sindicato
Próprio. Os defensores de cada uma dessas propostas, em proporção à sus-
tentação política conseguida junto aos filiados à AFBC, estavam presentes
no conselho Nacional daquela entidade. Cabia a ela criar o caminho para a
definição da entidade sindical.
A AFBC cumpriu o seu papel. Nos últimos dez dias de setem-
bro/88, o conselho Nacional, em reunião, presentes todas as regionais,
deliberou, por maioria, pelo encaminhamento de um plebiscito, aber-