Page 27 - Um Sinal na História - Volume 2
P. 27
As dúvidas eram pertinentes. Os funcionários do Banco Central, na época, gozavam de um
regime misto que os colocava com a estabilidade do funcionalismo público e com os benefícios
dos trabalhadores contratados pela CLT. Portanto, havia um espaço já conquistado pelos fun-
cionários do BC e, qualquer movimento que pudesse significar mudar essa paisagem, deveria
ser pensado com cautela.
No período de 1986 a 1988, anterior à criação do Sinal, os funcionários do Banco
Central viveram intensamente a experiência sindical com a AFBC – Associação dos Fun-
cionários do Banco Central. A entidade chegou a filiar em torno de 90% dos funcionários
da ativa do Banco Central e conviveu internamente com a dualidade entre servidores
pró Sindicato dos Bancários e pró sindicato próprio. Uma exposição completa desse
período está no volume I desta série de livros.
A AFBC inaugurou um objetivo em relação às associações congêneres e sindi- 27
catos: o tratamento das questões institucionais e profissionais, não apenas salariais
e demais direitos trabalhistas, dos funcionários. A adoção desse objetivo foi um História do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (1988-1998)
dos mais relevantes motivos da enorme filiação que aquela entidade conseguira.
Ela atendia a todos as vontades políticas da categoria: as conquistas salariais e os
demais direitos e a defesa institucional, que adicionalmente valorizava e preser-
vava o espaço de trabalho. O Sinal, continuador da AFBC, incorporou esses
dois objetivos desde o seu nascimento.
Assim, quase toda a mobilização da época e as discussões levaram à
criação do sindicato próprio que nasceu do anseio de representação políti-
ca dos funcionários e do fortalecimento da categoria que, agora, com seu
sindicato próprio, poderia lutar também pelo fortalecimento do Banco
Central como um instrumento livre e democrático a serviço do novo
país que nascia.