Page 23 - Um Sinal na História - Volume 2
P. 23

Na época da criação do Banco Central do Brasil, em dezembro de 1964, os primeiros fun-
cionários que ingressaram nessa instituição não precisaram prestar concurso. Foram agregados
 os funcionários da Sumoc – Superintendencia da Moeda e do Crédito, cujas atividades eram de

  natureza pública, não bancárias, como ordem de emissão de papel moeda, responsabilidade
   de fiscalização, etc., dando corpo básico das funções institucionais do Banco Central e uma
    composição mista na sua formação, quanto à origem de seus funcionários. Somados a ou-

     tros funcionários requisitados de instituições federais, como o Banco do Brasil, Banco da
      Amazônia, Banco do Nordeste, cujos funcionários eram regidos pela Consolidação das
       Leis Trabalhistas (CLT); sendo, portanto, em sua origem, bancários.

     Muitos deles já eram sindicalizados e alguns assim permaneceram mesmo depois               23
de aposentados. Tinham como entidade representativa o forte e atuante Sindicato dos
 Bancários e, por tal condição, o advento da Constituição Federal em outubro de 1988            História do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (1988-1998)

  em nada alterou sua essência quanto ao regime trabalhista e seu direito à filiação a
   um sindicato.

           De modo diferente, os funcionários que, através de concurso público, in-
      gressaram na autarquia em 1967, foram admitidos também como celetistas, pois
       a Lei 4.595/64, que criou o Banco Central do Brasil, colocava os servidores

        concursados na condição de bancários. No entanto, visto serem servidores pú-
         blicos estavam impedidos de se sindicalizarem pelo art. 566 da CLT, regra
          que também se estendeu aos demais concursados nos anos posteriores, até o

           advento da Constituição de 1988.

     Pouco mais de 20 anos depois da criação do BC, muitos de seus
funcionários, concursados, alguns com bastante tempo de casa, principal-
mente aqueles que, em seu trabalho externo de fiscalização, como os

  inspetores e os monitores de câmbio, tinham contato quase que diário
   com os funcionários das instituições financeiras, viviam certo constran-
    gimento no trabalho de fiscalização, porquanto eram vistos e recebi-
   18   19   20   21   22   23   24   25   26   27   28