Page 83 - Um Sinal na História - Volume 2
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A gestão de Eris, além das questões com o funcionalismo, teve também problemas na
justiça. Em agosto de 1990, o jornal o Estado de São Paulo noticiou: “Alto funcionário do BC
acusado de estelionato”. Na matéria, a informação de que o chefe de gabinete do presidente do
Banco Central, José Roberto da Silva, era acusado de, em 1985, ter autorizado o levantamento
da intervenção do BC nas empresas Jofran Distribuidora de Títulos e Valores Imobiliários e
Câmbio LTDA, sem que elas apresentassem as garantias exigidas em lei para pagamento de
seus credores. O posicionamento do SINAL diante dos fatos foi o de, mais uma vez, pedir
esclarecimentos da presidência do Banco.
Diante da atuação do Sindicato em seus primeiros meses de vida, a atuação da 83
direção do Banco foi a de tentar desmobilizar o funcionalismo. Com isso, deu força a
uma onda de boatos que favoreciam a disputa entre “entes” e “tendência bancária”, História do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (1988-1998)
dando a entender que o SINAL não seria a entidade que representava os funcioná-
rios do Banco. No entanto, a argumentação se mostrava falha pois, o fato de haver
um sindicato próprio não inibia a participação de outras entidades sindicais em
pautas que fossem conjuntas.
Nesta mesma época, começou a circular pelo Banco Central um abaixo-
-assinado com a proposta de um plebiscito para “resolver” a questão da opção
sindical. O SINAL se posicionou contrário à realização do pleito com o argu-
mento de que o funcionalismo do Banco já tinha sido ouvido em votações
que levaram à fundação do sindicato próprio.
Em outubro de 1990, o funcionalismo do Banco Central decreta
mais uma greve. Desta vez, os motivos foram, principalmente, a corre-
ção nos salários e o pagamento dos 26,06% relativos ao Plano Bresser.
Em reunião com o SINAL, o presidente do Banco afirma que poderia
haver negociação sobre as pautas caso a paralisação dos funcionários
cessasse. No entanto, mesmo com o fim da greve, a presidência do
