Page 82 - Um Sinal na História - Volume 2
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Um Sinal na HistóriaOutro problema enfrentado pelos funcionários do Banco Central du-
      rante os primeiros meses do governo de Fernando Collor foi o pacote de
      reformas apresentado para o setor público. Com o argumento de que o sa-
      lário do funcionalismo seria o responsável por boa parte do déficit das contas
      públicas, Collor iniciou uma política de cortes de servidores. Dentro do BC, as
      medidas causaram a “expulsão dos funcionários mais antigos, o massacre so-
      bre os contratados e inconsequente corte de funções comissionadas”, conforme
      consta no manifesto publicado pelo SINAL em junho daquele ano.

             As medidas, no entanto, encontraram forte resistência dos trabalhado-
      res. Em São Paulo, por exemplo, funcionários do Banco Central fizeram uma
      paralisação, em junho de 1990. O ato foi apenas um dos muitos realizados em
      defesa, não só do funcionalismo, como do BC enquanto instituição. Em repre-
      sália, a direção do Banco, à época presidido por Ibrahim Eris, registrou “falta
82 injustificada” dos funcionários paulistas.

             Em nota publicada em outubro de 1990, o SINAL explicitou o que a chamada
      “Era Eris” significava para o funcionalismo da época:

             •	 “- a centralização de todas as decisões em Brasília

             •	 a implementação da tal “reforma administrativa” com os objetivos inconfesso de comprometer
                 a eficiência do Banco Central

             •	 a tentativa de desmoralização do funcionalismo, com a demissão de contratados,a compulsorieda-
                 de de aposentadorias, a disseminação da “caça às bruxas”, o patrulhamento ideológico (...)

             •	 a participação – ainda mais nebulosa, alegando “votos secretos” – no mal explicado caso Medina

             •	 o mais intenso arrocho salarial de nossa história (...)”
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