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abriu oportunidade para que a AFBC iniciasse uma campanha de boi-
cote a esse novo programa.
Foram seis meses de campanha! De março a setembro/87. Uma
grande batalha política se travou. De um lado, a diretoria restringia a
qualidade e os credenciamentos do programa vigente, de outro, criava
atrativos no novo programa para sensibilizar os funcionários. De maneira
perversa, a diretoria não cedia, contando com a impossibilidade do adia-
mento dos tratamentos de saúde dos funcionários e de seus dependentes.
Queria forçá-los a aderir. Muitos funcionários, numa demonstração de gran-
de consciência coletiva, gastavam, muitas vezes, em tratamentos de saúde no
programa vigente mais do que se estivessem no novo programa. E resistiram. A
implantação desse novo programa foi um fracasso.
126 Ficava patente que não poderia comparar o programa de saúde dos funcio-
nários, um direito trabalhista, e não benesse, com planos de saúde oferecidos no
Um Sinal na História mercado.
Chegou setembro. Era o mês de campanha salarial. Obviamente a manutenção
do programa de saúde como parte do contrato de trabalho e todas as responsabilida-
des financeiras para o Banco estava na pauta. Em 08/10/1987 houve a primeira greve
de um Banco Central. Durou um dia. A vitória foi total. A manutenção do programa de
saúde foi uma das importantes vitórias.
Com a vitória da greve, a AFBC exigiu a exoneração do diretor de Administração
Lycio de Faria. Foi atendida. Além do Lycio de Faria, outro diretor também foi exonerado,
posteriormente por exigência sindical, por conta do programa de saúde: Cincinato Rodrigues
(em outro capítulo isso está relatado).