Page 62 - UM SINAL NA HISTÓRIA
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Um Sinal na Históriaestruturação da carreira, pelo concurso interno, motivos mais que
suficientes para uma discussão acalorada em todos os setores do
Banco. É possível imaginar o quanto esses assuntos afetavam a todos.
A distribuição ocorreu porque não era mais possível retroceder diante
da reação. O espaço conquistado com tanto esforço continuou sendo
explorado, não obstante a proibição. Tratava-se, portanto, de um ataque a
nossa capacidade de mobilização e ao direito à livre manifestação, e de mais
uma tentativa de intimidação para a manutenção da nossa condição de isolados.
Uma ampla campanha, porém, frustrou a tentativa de punição e o movimento
continuou, ora se fortalecendo, ora recuando, como ocorre naturalmente diante
de situações concretas de repressão”, lembra Mariza Azevedo.
Com a intervenção da UNTBC e a mobilização de vários funcionários,
as acusações contra Mariza e contra outro diretor da entidade foram retiradas
pela direção do Banco em maio de 1981.
62 “Portanto, ao admitir a improcedência de suas acusações, o Banco reconhece, na prática, o di-
reito que nós, trabalhadores, temos de nos organizar para
lutar pelos nossos interesses (assim como o Banco luta pelos
seus), de distribuir nosso jornal, boletins ou qualquer outro
material da UNTBC (assim como a Asbac distribui os
seus).” (OVO Nacional, ano II, no 11, jun/1981)
Além de lutar pelas demandas internas,
a UNTBC participava ativamente de movimen-
tos fora do Banco Central. Esteve presente, por
exemplo, na 1ª Conferência Nacional das Classes
Trabalhadoras (Conclat), em 1981, e no congresso
de fundação da Central Única dos Trabalhadores
(CUT), em 1983. A entidade também mobilizou
uma campanha de solidariedade em favor dos Notícia sobre a 1ª Conclat, conferência das classes trabalhadoras
metalúrgicos presos durante greve na região do (OVO Nacional, out. 1981)