Page 41 - UM SINAL NA HISTÓRIA
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A publicação era, dessa forma, essencialmente coletiva. As despesas com a produção do
jornal, editado mensalmente, eram pagas por meio da contribuição espontânea dos funcionários
(aproximadamente 400 cooperaram para a produção do primeiro número). A Diretoria da Asbac
chegou a propor o custeio da publicação, desde que houvesse a criação de um conselho editorial
– o que foi rejeitado pelos funcionários.
Já a impressão do OVO SP era feita pelo Sindicato dos Bancários, em São Paulo. “O
presidente do Sindicato foi chamado numa delegacia de ordem política e social, polícia
política da ditadura, para responder por que eles estavam pagando o jornal do Banco
Central. E ele bancou: ‘Estamos pagando porque nós somos bancários’, mostrou a
legislação, ‘olha, está aqui, eles são bancários’”, lembra Edison Cardoni.
Assim, o OVO SP tornou-se um espaço tanto para debates de ordem política como 41
para discussões de assuntos internos do Banco. As demandas dos funcionários, à época,
incluíam as questões mais objetivas – como reajuste salarial, criação de creche para Movimentos políticos e reivindicatórios dos funcionários do Banco Central
crianças de zero a seis anos e solução para
a situação precária da categoria isolada
–, mas também aspectos relacionados
às relações de trabalho, principalmente
entre chefias e subordinados. O OVO SP
utilizava essas demandas como pautas
em suas discussões e, consequentemente,
impulsionava os movimentos reivindi
catórios dentro do Banco.
Expediente do OVO SP, com a relação dos funcionários que colaboraram Embora tenha sido criado em
com o primeiro número São Paulo, o jornal contava com
colaboradores de todas as regionais.
Por seu conteúdo alinhado com as
reivindicações e com os interesses dos