Page 31 - UM SINAL NA HISTÓRIA
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Em fevereiro de 1975, por meio da Portaria no 62, o Banco Central promoveu novas
mudanças em seu quadro de pessoal próprio. De acordo com a portaria, a reorganização
aprovada pelo Conselho Monetário Nacional tinha por princípios fundamentais “a valorização, a

  profissionalização e o aperfeiçoamento do funcionário; o fortalecimento do sistema de mérito;
   e remuneração compatível com os deveres e responsabilidades inerentes aos cargos e funções”.

     Com esse intuito, a estrutura básica passou a ser formada pela carreira de administração,
pela carreira técnica e pela categoria isolada, que contemplava os cargos de auxiliar de
 serviços administrativos (ASA), conferente de numerário, vigilante, artífice, motorista,

  ascensorista, contínuo e servente.

     Os funcionários das novas carreiras tinham seus direitos e deveres regidos pela
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)5, na categoria profissional de bancários; pela
 legislação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço; pelo Regulamento do Regime

  de Previdência Social; e pelo Estatuto dos Funcionários do Banco Central.

     Entre outros pontos, a Portaria no 62 determinava que os cargos da categoria                31
isolada seriam providos por concurso público, e os aprovados teriam jornada de
trabalho de seis horas – “como bancários” –, sem possibilidade de remoção de                     Movimentos políticos e reivindicatórios dos funcionários do Banco Central

  cidade ou de transferência entre cargos. O vencimento padrão desse grupo variava
   entre Cr$ 528,00 (servente) e Cr$ 1.446,00 (conferentes e ASAs). No caso dos
    técnicos de nível básico, o vencimento padrão variava entre Cr$ 2.763,00 e Cr$

     6.108,00, segundo a tabela de 1975. Considerada a percepção de vantagem
      por ascenção funcional para os funcionários com carreira, a diferença de
       salários entre os técnicos e o pessoal da categoria isolada aumentava ainda

        mais a cada nível ascendido.

     Àquela altura, durante o governo do general Ernesto Geisel6, o
Brasil atravessava um período político muito agitado, com a ditadura
 militar em plena atividade, ao mesmo tempo em que uma geração de

  lideranças sindicais começava a se constituir. O clima de insatisfação
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