Page 183 - UM SINAL NA HISTÓRIA
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Falar sobre a memória que tenho do longo e árduo caminho percorrido pelos funcionários Movimentos políticos e reivindicatórios dos funcionários do Banco Central
do Banco Central até a possibilidade de criação do Sinal me faz voltar às minhas próprias origens
e aprendizados. Diante dos meus olhos uma imagem se impõe: a de um Rio Caudaloso.
Nasci em Itacoatiara, pequena cidade do interior do Amazonas, banhada pelo Rio
Solimões, nome pelo qual o Rio Amazonas é conhecido, antes de receber as águas do Rio
Negro, percorrer o Estado do Pará e fazer o Oceano Atlântico recuar com a força e energia
de suas barrentas águas.
Esse rio brota de uma fonte fresca e delicada, no Sul de Cuzco, no Peru. Acolhendo
seus inúmeros afluentes, ele deságua no mar como o maior rio do mundo em volume
d’água. Entendo o porquê da imagem. Assim são criados os grandes movimentos; os
sonhos são assim realizados. Brotam de pequenas fontes, de mínimas sementes.
Retomo o foco, a memória de nossa trajetória sindical. Vou para o ano 183
de 1967, onde 600 jovens de, no máximo, 26 anos incompletos, aprovados no
concurso de 1966 (onde constava essa exigência), começaram a tomar posse
no Banco Central do Brasil, Autarquia Federal, criada em 1964, substituindo
e ampliando as funções da antiga Sumoc (Superintendência da Moeda e do
Crédito), incorporando seus funcionários e agregando outros, oriundos de
instituições federais, como o Banco do Brasil, e até contratando funcionários
da IBM para as funções ligadas a processamento de dados.
Por volta de 1969, superados os estágios probatórios, ocupando
espaços, exercendo funções específicas para as quais haviam sido
selecionados com rigor, esses jovens verificavam que futuro não oferecia
caminho de desenvolvimento e ganho profissional compatível com
seus esforços e dedicação.