Page 138 - UM SINAL NA HISTÓRIA
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Um Sinal na HistóriaAté aquele momento não havia visto tamanha mobilização
em torno de algum tema. A comprovação foi a participação de 4.959
associados nas urnas. A proposta 1 (sindicalização) venceu com
pequena diferença. O resultado apertado foi contrário aos anseios da
DI, que a partir daquele momento passou a defender a sindicalização de
fato nos Sindicatos de Bancários, promovendo campanha de filiação. A
questão da legalidade tornou-se menos importante não só pelo resultado
da AGE, mas também pelas declarações do então ministro do Trabalho,
Almir Pazzianoto, que chegou a sugerir a filiação em massa como forma
de pressionar uma alteração legal que permitisse a adesão dos servidores
públicos aos sindicatos.
Mesmo assim, não foi suficiente para a maioria dos funcionários. A lei
continuava em vigor e a insatisfação aumentava. Não tínhamos o sindicato nem
138 a entidade representativa. A hierarquia do BC teve a percepção deste momento
e iniciou a tentativa de uma associação que defendesse os interesses da instituição
de ataques externos, mas não abordava as questões salariais. Aos poucos a estrutura
organizada dos funcionários foi se interessando e exigindo maior participação nesse
processo. Exigiu também a democratização das informações e discussões.
Assim, conquistamos o direito à criação da nossa entidade representativa. Não
demorou muito e foi marcado o ENF que finalmente fundou a AFBC (Associação
Nacional dos Funcionários do Banco Central), em dezembro/1986, no Rio de Janeiro.
Após a posse das diretorias eleitas o desafio seria uma campanha de filiação massiva.
O índice próximo de 94% em seu segundo ano de existência demonstrava a consolidação de
nossa organização. Esta força permitiu que tivéssemos as principais reivindicações atendidas
em nossa primeira greve nacional. Permitiu-nos passar por um dos momentos mais difíceis do
movimento. Para segurar seu plano econômico, o governo mandou demitir funcionários e o BC