Page 141 - UM SINAL NA HISTÓRIA
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O final dos anos 70, século XX, caracteriza grande descontentamento de significativa parcela Movimentos políticos e reivindicatórios dos funcionários do Banco Central
da sociedade civil, em especial dos intelectuais, estudantes, trabalhadores, além de inúmeras
entidades e instituições, com os destinos do país sob o tacão de botas, espadas, armas e ideologia
opressora da ditadura militar implantada em 1964.
No Bacen a Asbac, sob a direção dos “biônicos” (diretores indicados), afastava-se
cada vez mais de demandas coletivas, em particular da categoria isolada e do significativo
contingente de mulheres que ingressavam por concurso público. Mantinha-se como
entidade sociocultural e recreativa (vale lembrar que em 1976 o Bacen modificou seus
estatutos sociais suprimindo a possibilidade de representação dos servidores perante a
Diretoria do Banco).
É memorável a campanha nacional do MDI e de outras entidades dos servidores,
exemplo da UNTBC, pela eleição direta dos 16 membros do seu Conselho de 141
Administração e pela adoção do caráter representativo – e quase sindical – da
entidade (recorde-se que o Bacen indicava 8 membros e também o presidente do
Conselho Executivo da Asbac Nacional, o mais importante órgão associativo).
Era, reconheço, pleito de grande ousadia, pleno de dificuldades, uma vez
que a Autarquia Federal prestava à Asbac, por exigência estatutária, aportes
burocráticos, financeiros e de outras naturezas – a exemplo das sedes
sociais próprias nas representações regionais adquiridas com recursos do
Bacen e, em alguns casos, por via da Centrus, fundação de previdência
dos servidores de natureza privada.