Page 47 - Um Sinal na História - Volume 2
P. 47

vir a ser rediscutido. Isso, entretanto não se fez necessário, por desfazimento da relevância e au-
 sência de efeitos danosos, e o Sinal seguiu seu caminho.

     Apesar do apoio conquistado com a criação do SINAL, a outra entidade, a AFBC se
manteve. O primeiro motivo foi político. O patrimônio político da AFBC de dois anos de
 lutas e muito inserida no funcionalismo precisava ser transferido à nova entidade, para forta-

  lecê-la e evitar quebra de continuidade do processo sindical. Um exemplo era a edição dos
   boletins conjuntos Sinal/AFBC, por um certo período. O fato de o presidente nacional da
    AFBC e o presidente nacional do Sinal serem a mesma pessoa facilitou a construção da

     estratégia de transição por meio da associação política entre as duas entidades.

     O segundo motivo foram questões ligadas à criação da estrutura sindical que                     47
precisavam ser resolvidas. Um exemplo é o fato de, até março de 1989, o SINAL não
 possuir receita própria. No processo de transição, por meio de assembleia da AFBC,                  História do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (1988-1998)

  nas regionais pró-Sinal, o seu patrimônio material foi transferido para a nova entida-
   de. Assim, durante algum tempo, SINAL e AFBC atuaram em conjunto, na defesa
    dos interesses dos servidores do Banco Central.

     O PROCESSO ELETIVO: O Estatuto inicial do Sinal foi uma transpo-
sição do estatuto da AFBC, com apenas adaptação do nome. Com isso, trouxe
 o sistema eletivo da diretoria sindical e aceito pela categoria. Esse sistema foi

  amplamente debatido por ocasião da criação daquela primeira entidade. Duas
   propostas estiveram presentes: eleição dos conselhos regionais e desses a
    formação da direção nacional, por meio de um conselho nacional (dire-

     ção federativa), ou eleição nacional de uma diretoria (modelo tradicional).
      Venceu o primeiro modelo, e existente até a edição deste livro, após a pre-
       paração de dois encontros nacionais, com prévio e amplo debate pelos

        funcionários, além da votação pelos delegados. O argumento principal:
          seria uma estrutura mais favorável para a organização e sustentação de
          uma greve.
   42   43   44   45   46   47   48   49   50   51   52