Page 16 - Um Sinal na História - Volume 2
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Um Sinal na HistóriaEm seu primeiro discurso como mandatário da nação, Tancredo
      falou: “Convoco-vos ao grande debate constitucional. Deveis, nos próximos meses, dis-
      cutir, em todos os auditórios, na imprensa e nas ruas, nos partidos e nos parlamentos, nas
      universidades e nos sindicatos, os grandes problemas nacionais e os legítimos interesses de
      cada grupo social. É nessa discussão ampla que ireis identificar os vossos delegados ao poder
      constituinte e lhes atribuir o mandato de redigir a lei fundamental do País. A Constituição
      não é assunto restrito aos juristas, aos sábios ou aos políticos. Não pode ser ato de algumas
      elites. É responsabilidade de todo o povo”. E, a partir do compromisso do novo go-
      verno com a convocação de uma Constituinte, irromperam iniciativas para a
      criação de entidades com a função específica de incentivar a participação da
      sociedade no processo.

             Entre 1987 e 1988, a instituição de formas participativas diretas na elabora-
      ção da Constituição foi discutida regimentalmente e, a partir de forte pressão dos
16 movimentos sociais, foi aprovada por meio das emendas populares. Garantia-se a
      possibilidade de qualquer indivíduo apresentar emendas ao projeto de Constituição,
      contanto que subscritas por 30 mil brasileiros (as) e referendadas por três entidades
      da sociedade civil. Durante o processo constituinte, foram contabilizadas em torno de
      12 milhões de assinaturas, subscrevendo 122 emendas populares.

             A institucionalização da forma participativa direta teve grande impacto no cresci-
      mento da participação popular na Constituinte. Um alto grau de mobilização para re-
      colhimento de assinaturas envolveu universidades, sindicatos, órgãos do poder público
      e associações da sociedade civil em geral. As diversas entidades envolvidas e empolgadas
      com o processo produziam grande volume de material didático, textual e audiovisual, em
      torno dos temas “Constituição” e “Participaçãocidadã”.

             Por fim, chega o grande dia. Em 5 outubro de 1988, o país para e ouve o Presidente
      da Assembleia Nacional, o Deputado Ulysses Guimarães, encerrar as votações da nova carta
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