Page 111 - Um Sinal na História - Volume 2
P. 111

Desde o final dos anos 1980, o funcionalismo do Banco Central lutava para que fossem
pagas as perdas salariais relativas ao Plano Bresser. E 1993 parecia ser o ano que marcaria, fi-
 nalmente, o pagamento desta conta. Em agosto daquele ano, o Tribunal Superior do Trabalho

  definiu que os servidores tinham direito aos 26,06% relativos ao Plano Bresser, além do paga-
   mento do atrasado do Plano Verão, resultando num reajuste de quase 60%.

     No entanto, nem todos os trabalhadores teriam direito a esse pagamento. Somente
aqueles que estavam trabalhando quando houve a distorção na correção receberiam o rea-
 juste. No caso específico do Plano Bresser, receberiam a diferença aqueles que tivessem

  entrado na justiça com a reclamação. Para tentar não pagar os atrasados, o Banco Cen-
   tral teria que recorrer ao STF. Mas, antes, disso, propôs aos seus seis mil funcionários
    o pagamento parcelado do reajuste.

     Em fevereiro de 1994, o Banco Central perdeu mais uma vez a reclamação                       111
trabalhista feita pelo SINAL relativa ao pagamento dos atrasados do Plano Bresser.
 Os advogados do Banco deixaram de entrar com recurso no STF. O valor total                       História do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (1988-1998)

  a ser pago chegava a US$ 130 milhões, o que daria, em média, US$ 16 mil para
   cada funcionário. Sem dúvida, uma vitória do funcionalismo que ainda viu o
    presidente do Banco na época, Pedro Malan ser ameaçado de prisão por não

     cumprir a decisão judicial de depositar parte do passivo trabalhista devida aos
       funcionários.

     Nesta mesma época, o Supremo Tribunal Federal decidiu que o paga-
mento da URP deveria ser referente apenas a sete dias do mês de abril de
 1988 aos servidores que entraram com recurso. O pedido do funcionalis-

  mo era que fossem pagos 23 dias não reajustados pela URP.
   106   107   108   109   110   111   112   113   114   115   116