Page 87 - UM SINAL NA HISTÓRIA

Na primeira metade dos anos 1980, o funcionalismo do Banco Central contou com a
atuação de uma entidade constituída como associação nacional livre, a UNTBC, que cumpriu
papel fundamental nas lutas e nas conquistas dos funcionários em diferentes pleitos. Entretanto,

por conta principalmente da forte repressão da direção do Banco, a entidade não conseguiu
se consolidar plenamente. Assim, mudou seu rumo e se engajou no incentivo e apoio ao
Movimento por Democracia e Independência na Asbac.

Naquela ocasião, a proposta de uma Asbac representativa foi refutada por uma
pequena diferença de votos, com a vitória da opção pela sindicalização. Permaneceu, no
entanto, o vazio relativo à representatividade, já que a legislação vigente proibia o direito

à sindicalização.

No Brasil, tinha início, em março de 1985, a chamada “Nova República”, com a 87
posse do então vice-presidente José Sarney14, que assumiu interinamente o governo
em lugar do presidente eleito Tancredo Neves15, hospitalizado na véspera de sua Movimentos políticos e reivindicatórios dos funcionários do Banco Central

posse. Tancredo havia derrotado, em eleição indireta no Colégio Eleitoral realizado
em janeiro, o candidato dos militares, Paulo Maluf.

Com a morte de Tancredo Neves, em 21 de abril de 1985, José Sarney
foi oficialmente empossado como presidente da República. No início de seu
governo, marcado pela transição do regime militar para o civil, ocorreram

debates sobre a convocação da Assembleia Nacional Constituinte16, com o
objetivo de elaborar e aprovar o texto da nova Constituição – a Constituinte
viria a ser instalada no início de 1987.

Em setembro de 1985, os funcionários do Banco Central se uniram
ao pessoal do Banco do Brasil em uma paralisação nacional dos bancários.
Segundo o boletim Encontro, de outubro de 1985, houve manifestações

nas regionais de Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.