Page 53 - UM SINAL NA HISTÓRIA
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“Essa palavra livre não é casual. Era já o conceito de um sindicato livre, ideológico; 53
daí colocamos o nome Associação Nacional Livre. Intencionalidade nossa, para resolver o
nosso problema político. Essa é a interpretação que eu faço hoje. E como seria a base dessa Movimentos políticos e reivindicatórios dos funcionários do Banco Central
associação? No conceito político materializado: uma base de democracia, de independência,
de mobilização, de autossustentação financeira e a busca da negociação direta, que são os
princípios do sindicato livre”, explica Paulo Eduardo de Freitas, um dos nomes à frente da
organização do movimento em São Paulo.
Ele afirma que, já nessa época, havia um pensamento voltado para a criação de
uma entidade própria.
“A ideia do sindicato próprio nasce no campo
da ação política, nasce em junho de 1980, a partir da
constatação de que havia uma identidade política
própria de servidores do Banco Central do Brasil.
Qual o entendimento? Um: o funcionalismo tem
uma identidade. Dois: as questões materiais que
ele busca serão resolvidas com a negociação com
a diretoria e com o governo. Isso exige que se
tenha um sindicato próprio. Não é um devaneio, é
uma compreensão política. Se há uma identidade
própria, é necessário um sindicato próprio”,
analisa Paulo Eduardo.
Capa da primeira edição do OVO Nacional, criado
durante o 1o Encontro de Funcionários do Banco
Central, em 1980