Page 24 - UM SINAL NA HISTÓRIA
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Um Sinal na HistóriaOs primeiros estatutos da Asbac conferiam também à
associação um caráter de representatividade dos funcionários junto
à Direção do Banco:
“Art. 2º = A Associação tem como finalidade:
(...) b) pugnar pelos legítimos interesses dos servidores do Banco Central do
Brasil, representando-os junto à Diretoria desse estabelecimento;” (Estatuto da
Asbac, 27 de maio de 1968, Capítulo I)
“Art. 2º - A Asbac tem por objetivo prestar aos servidores do quadro de pessoal
do Banco Central do Brasil assistência social, previdenciária e financeira, bem como
representar seus associados junto à Diretoria do mesmo Banco (...)” (Estatuto da Asbac,
27 de dezembro de 1971, Capítulo I)
No entanto, embora a representatividade estivesse indicada nesses primeiros
24 estatutos, a Asbac não cumpria de fato essa função – o que se tornou objeto de
reivindicação anos mais tarde.
Em outubro de 1976, uma nova versão do estatuto da Asbac suprimiu qualquer
menção à representação dos funcionários. A alteração, no entanto, não teve repercussão
prática, uma vez que a associação não exercia de fato esse papel.
“Aquela palavra [representar] no estatuto não significava organização sindical.
Porque não produziu um fato, não mexeu com a vida das pessoas. Não era relevante.
O sair ou ficar [do texto do estatuto] não foi relevante, por não ter mexido com a vida
das pessoas, por não ter sido relevante para a vida das pessoas, porque se fosse não sairia
tão fácil [do estatuto]. Era um papel com um escrito sem significado. Ou seja, a palavra
representação constante numa época no estatuto da Asbac era letra morta”, analisa Paulo
Eduardo de Freitas, da regional do Banco Central em São Paulo, um dos principais atores dos
movimentos reivindicatórios promovidos pelos funcionários dentro da instituição.