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terço do que ganhavam aqueles servidores no início de carreira.
Não era razoável admitir que, após passar no concurso público,
nossos destinos fossem guiados ao bel prazer dos idealizadores
de uma estrutura equivocada, que impulsionava esses servidores a
pedirem demissão em pouco tempo, ou a se sujeitarem a uma situação
de isolamento do restante do quadro funcional. Além de inaceitável,
pois cerceava o crescimento pessoal dos colegas e o desenvolvimento da
categoria, era contraditório para a Autarquia, já que dividia o funcionalismo
e jogava uns contra os outros.
De início, fazíamos reuniões no local do trabalho, passando aos
encontros regionais, com SP e RJ, e as primeiras propostas de ação conjunta,
que foram os requerimentos individuais à Direção do BC pleiteando mudanças.
No Rio, criamos um grupo de trabalho com propostas de reformulação da CI.
156 Mas todas as reivindicações foram sucessivamente ignoradas pela cúpula do Bacen.
Nossa primeira imprensa sindical foi o jornal OVO. Fazíamos contribuições,
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rifas, livro de ouro etc., que ajudavam na confecção do OVO e nas despesas com
as viagens para as reuniões. A distribuição dos jornais era feita nas copas e nos
banheiros dos prédios ocupados pelo Banco Central.
A busca por um espaço de participação e representação era o foco dos debates.
Em novembro de 1980 ocorreu a fundação da UNTBC, primeira entidade livre dos
funcionários, que ajudou na condução política das questões dos servidores, e conseguiu
autorização para que servidores da CI pudessem se transferir de Unidade, o que até então
só era permitido para os funcionários de carreira.
Em maio/1984 realizou-se o Encontro Nacional da CI, sendo eleita uma Comissão
Nacional, composta por representantes de todas as regionais, ficando encarregada de articular
o movimento nacional. A Comissão entregou ao então presidente do Bacen, Afonso Celso
Pastore, as propostas de reformulação do quadro isolado.