Page 155 - UM SINAL NA HISTÓRIA
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Em 09 de março de 1977 tomei posse no Bacen ao lado de dezenas de colegas, ainda durante     Movimentos políticos e reivindicatórios dos funcionários do Banco Central
a vigência do regime militar. O Brasil atravessava um período muito agitado, sob um quadro de
 estagnação econômica e conflitos sociais e políticos.

           No âmbito externo, surgia na região do ABC paulista uma nova concepção de liberdade
    sindical, um sindicalismo autônomo e independente, que não se limitava apenas às questões
     econômicas e corporativas, mas era também um movimento social politizado, que passou a

      trazer para o debate público temas antes silenciados pela ditadura, como cidadania, direitos
       e democracia, desafiando a estrutura oficial e influenciando outros sindicatos.

                 A Constituição proibia a sindicalização de servidores públicos, mas vários colegas
          do Banco eram filiados ao Sindicato dos Bancários. No Bacen, não havia entidade
           representativa e nem movimento organizado de funcionários. A Autarquia era

             desconhecida da sociedade: confundia-se o Banco Central com o Banco do Brasil.

                       A criação da CI teve por intento a rotatividade de seus integrantes em breve
              tempo de serviço público, pois não havia carreira ou ascensão funcional para os 155
                 seus integrantes. Essa advertência era passada aos concursados durante o curso de

                  ambientação. Éramos obrigados a assinar uma ficha de filiação à Asbac, anexa ao
                   termo de posse. Quem não se filiasse ficava impedido de assumir o cargo.

                             A insatisfação dos servidores da CI teve início pouco tempo depois da
                      posse de seus integrantes. As tarefas realizadas, a inexistência de quadro de
                       carreira e a consequente falta de recompensa pelo trabalho e dedicação no

                         decorrer dos anos foram os principais motivos da mobilização do quadro,
                          que contou com a adesão quase que absoluta de seus integrantes, além do
                           apoio de outros colegas de carreira. O movimento da CI arrastou todas as

                            demais reivindicações do funcionalismo.

                                      Alguns colegas ASAs e conferentes faziam serviços similares
                               aos dos técnicos básicos, porém com um salário equivalente a um
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