Page 111 - UM SINAL NA HISTÓRIA
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No dia anterior à greve, a direção do Banco classificou o movimento como “radicalização” Movimentos políticos e reivindicatórios dos funcionários do Banco Central
e advertiu os funcionários de que iria adotar medidas legais cabíveis, além de responsabilizar
os grevistas por suas ações. A ameaça, no entanto, não impediu a adesão de mais de 95% do
funcionalismo. A paralisação foi total em Brasília e nas regionais do Rio de Janeiro, Porto Alegre,
São Paulo e Recife, e parcial em Belo Horizonte, Curitiba e Salvador.
O resultado da paralisação foi imediato. Sua força propiciou a reunião de importante
Mesa de Negociação, e, no início da tarde do dia 8 de outubro, o então presidente do Banco
Central, Fernando Milliet, garantiu formalmente que os salários de outubro já incluiriam
aumento não inferior a 44%, retroativo a setembro.
Em assembleia, os funcionários decidiram pela interrupção da greve e pelo retorno
ao trabalho à zero hora do dia 9 de outubro, para que não houvesse prejuízo dos fun-
cionários dos turnos da manhã e da tarde que aderiram à paralisação e teriam seu ponto
cortado, como noticiou o Jornal do Brasil, em 9 de outubro de 1987.
“A greve foi vitoriosa e demonstrou a organização do movimento dos funcionários do 111
Banco Central”, declarou ao Jornal do Brasil na ocasião o presidente da AFBC, Paulo
Eduardo de Freitas.
Mobilização dos funcionários do RJ na
porta do Banco Central, durante a greve
(Espelho, nov. 1987)