Page 74 - Um Sinal na História - Volume 2
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Um Sinal na HistóriaEm carta aberta à população, o Sindicato fez duras críticas à
      diretoria do Banco e ao Governo, mostrando que o funcionalismo do
      Banco era tão vitima dos desmandos dentro da instituição quanto o
      povo.

             “Não somos cúmplices ou sócios de pessoas que aqui se instalam apenas para
      salvaguardar interesses espúrios de uma elite privilegiada que não tem pejo em mandar a
      conta para o povo que não tem mais como pagar.”

             No campo político do sindicato, houve marcação cerrada contra a ges-
      tão Camões, quer pelas práticas nefastas dele, quer porque ele foi o presidente
      que conduzira a tentativa de demissão dos 19. Esse fato não poderia ficar sem
      resposta.

             Assim, foi realizado no dia 03/10/88 um plebiscito sobre a aceitação, ou
74 não, dele como presidente do Banco Central, conforme relatado no volume 1, pá-

      gina 123 . O resultado rejeitou a gestão Camões. Dali para a frente, na primeira
      oportunidade, o Sinal pediria, como fez, o afastamento dele da presidência do Banco
      Central.

             Mesmo com o escândalo da Instituição Capitânea e Naji Nahas, Camões estava
      sobrevivendo no cargo, porque ele alegava na imprensa que a empresa pertencia ao filho
      dele.

             Para não deixar escapar tão favorável oportunidade e levar à correta responsabilização
      do Camões, uma reportagem foi orientada no jornal JB-Jornal do Brasil, bastante influente
      à época, especialmente no Congresso Nacional. Nela foi demonstrado que Camões era o
      verdadeiro proprietário da Capitânea, dada a expressiva participação no capital da empresa.
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