Page 165 - UM SINAL NA HISTÓRIA
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Em fevereiro de 1977, quando ingressei no Banco Central, não poderia supor que estava Movimentos políticos e reivindicatórios dos funcionários do Banco Central
entrando numa carreira explosiva. O que ficou conhecido posteriormente como a Luta da
Categoria Isolada foi algo que poucas vezes presenciamos no cenário nacional. Logo vieram os
requerimentos individuais, com texto coletivo, solicitando reestruturação da Categoria Isolada
e aumento de salário.
Travei conhecimento da proposta política de organização dos funcionários do OVO
SP, por meio de um Diretor da Asbac. Chamei alguns colegas numa convocação que
funcionou no boca-a-boca para uma reunião na Asbac-Rio, no chamado 39. Não lembro
de todos os presentes, mas foram companheiros que prosseguiram na luta. Conheci
Paulo de Castro neste dia. A partir de então, nos mobilizamos para estar presente no I
ENF: Paulo de Castro, Hélio Amorim, Vânia Ramos, Enio, Maria Ponciano.
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Com a trajetória política de cada um de nós, foi fácil identificar que as
propostas ali na nossa frente vinham de pessoas organizadas politicamente, que
queriam fazer avançar a organização dos funcionários do Banco Central. Na data
marcada, rumamos para Brasília, de ônibus, 17 horas de viagem. E a vontade
nossa era uma só: beber mais.
Foi quando tivemos contato com nossos mentores paulistas: Edson
Cardoni, Ângela Honda, Magali Moscardi, Paulo Eduardo. Assim seguiram as
reuniões de trabalho, que eram metódicas, fundamentadas, disciplinadas. A cada
reunião renovavam-se as energias para as próximas. Era um encantamento
inexplicável. Não tínhamos verbas, a proposta era de sustentação financeira
de movimento através de rifas e outros expedientes.