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Revista do

            Avanços e desigualdade                            mais idade vivendo com mais saúde e querendo
                                                              participar mais da vida, querendo contribuir
                  Para o pesquisador Alexandre Furtado, o     com a família”, enfatizou o pesquisador.
            trabalho tem fundamental importância no recor-
            te que faz sobre o país. Mostra que embora exis-        Neste recorte, o SIS aponta que o Distrito
            tam grandes avanços, a desigualdade continua      Federal é o segundo local do país onde está con-
            evidente quanto à raça, sobretudo no tocante à    centrado o menor percentual de pessoas inativas
            escolaridade. Isso porque, segundo ele, quando    (idosos ou menores de idade) disponíveis para
            se comparam, nos dados apurados, os indicado-     atividades econômicas - 40,0% destes. O estado
            res educacionais para brancos, pretos e pardos,   que concentra a maior quantidade de idosos e
            também se percebe uma redução das desigualda-     menores nesta situação, ou seja, trabalhando, é
            des entre os grupos. Mas, no que diz respeito à   o Acre, onde trabalham 61,5% destes.
            média de anos de estudo e à presença de jovens
            no ensino superior, em 2009 os pretos e pardos    Diferenças regionais
            ainda não haviam atingido os indicadores que os
            brancos já apresentavam desde 1999.                     Já a população jovem, com idades entre 18
                                                              e 24 anos, com 11 anos de estudo, representa
                  Além disso, no ano passado, as taxas de     37,9% do total nessa faixa etária. Ainda entre os
            analfabetismo para as pessoas de cor ou raça      jovens de 18 a 24 anos de idade, 15,1% tinham
            preta (13,3%) e parda (13,4%) eram mais que o     em 2009 11 anos ou mais de estudo, e, entre es-
            dobro da taxa dos brancos (5,9%).                 tes, 10,7% continuavam estudando.

                  Outro fator importante, a maior longevi-          A distribuição dos estudantes de 18 a 24
            dade das pessoas, leva a um aumento da parti-     anos entre os níveis educacionais, porém, reve-
            cipação dos idosos (mais de 60 anos de idade)     la avanços: em 1999, 24,8% deles ainda esta-
            na população, de 9,1% em 1999 para 11,3% em       vam no ensino fundamental, contra 22,1% no
            2009. Embora a grande maioria desses idosos       ensino superior. Em 2009, esses percentuais
            (64,1%) seja referência no domicílio em que vi-   foram reduzidas para 8,3% e 48,1%, respec-
            vem e 77,4% deles afirmem ter doenças, 32,5%      tivamente. As desigualdades, embora estejam
            não tinham nem cadastro no Programa de Saúde      diminuindo no que diz respeito ao acesso ao
            da Família nem plano de saúde particular.         sistema educacional, quanto ao nível do ren-
                                                              dimento familiar mostram diferença nos ciclos
                  Conforme o SIS, a participação das crian-   de ensino não obrigatórios, como creche ou
            ças e adolescentes de até 19 anos de idade na     pré-escola, cursos de inglês e cursos de aper-
            população caiu de 40,1% em 1999 para 32,8%        feiçoamento profissional.
            em 2009. Já a população com 70 anos ou mais
            de idade aumentou sua proporção de 3,9% (6,4            Em 2009, também, o número médio de
            milhões de pessoas) em 1999 para 5,1% em          pessoas nas famílias caiu de 3,4 em 1999
            2009 (9,7 milhões). “É a força das pessoas com    para 3,1 em 2009, sendo 4,2 entre as famí-
                                                              lias com rendimento mensal per capita de

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