10 – Você acha que a Administração Central do BCB vem tomando decisões no sentido da centralização do processo decisório em Brasília?
Entendo que em uma estrutura hierárquica é normal que haja uma centralização do processo decisório junto a sua Diretoria. A questão deve estar mais relacionada à oportunização de que as estruturas descentralizadas tenham efetiva participação neste processo – o que nem sempre acontece. Todavia não posso afirmar se isto está acontecendo atualmente com maior ou menor frequência.
11 – Você se considera submetido a uma cadeia de comando que, em última instância, é autoritária, pouco aberta ao diálogo e insensível? Como você caracteriza o modo pelo qual a hierarquia institucional incide sobre você?
Dentro da unidade em que trabalho, em última instância, não. Entretanto, por vezes, são tomadas medidas sem a devida consulta aos componentes descentralizados – e que por isto acabam posteriormente necessitando de ajustes.
12 – Você considera que o seu trabalho no BCB proporciona acesso a uma realização profissional em sentido amplo?
Acredito que a carreira no BCB proporciona oportunidades interessante em termos de realização profissional. Entretanto, nem todas as oportunidades são disponibilizadas aos componentes descentralizados devido às próprias características inerentes a uma estrutura hierárquica. Desta forma, em muitas vezes, a questão nem sempre é o oferecimento de oportunidades mas sim na aceitação do servidor em acatar as condições necessárias para aproveitá-las.
O colega Amilcar Francisco Faria autorizou a publicação do seguinte Comentário sobre o texto “Não é Bem Assim, Presidente Tombini …”, por ele lido no Apito Brasil QVT:
“Perguntas: 1) Que ações você proporia ao BCB para incrementar o processo de valorização das regionais? 2) Que soluções você acredita que o BCB pode implementar para melhorar as condições de trabalho e a QVT dos servidores? Não basta diagnosticar o descontentamento, a falta de perspectivas, mais que isso, é preciso apresentar soluções, dar sugestões de melhoria. Propor coisas factíveis e não ilusórias, ações que possam ser concretizadas e não somente exibidas como possibilidades de solução (mas irreais). Att. Amilcar Faria”.
Agradecemos seu Comentário, que será incorporado a material de trabalho a ser submetido à consideração da AND.
Contando com a manutenção de sua participação,
Com nossas saudações sindicais e um abraço,
Coordenação do tema Valorização das Regionais da XXV AND do Sinal.
As minhas respostas sobre as perguntas são as seguintes, já englobando as dos demais tópicos:
1 – Você considera o seu trabalho adequado, levada em conta a sua qualificação para realizá-lo?
Definitivamente não. Como funcionário removido do Deinf em BSB para a equipe de TI de uma regional é nítida a limitação de atividades desempenhadas nas regionais. Minha opinião sobre os motivos estão presentes nas próximas respostas.
2 – Você se sente motivado para realizar o trabalho que lhe é atribuído?
A maioria das vezes não. A motivação que tenho normalmente não está em atividades propostas pelo Banco, seja sede ou regional, mas na tentativa de viabilizar novas tarefas e soluções no cotidiano da regional.
3 – Você acha que o BCB adota práticas que incentivam a participação ativa dos servidores lotados nas Regionais em todas as esferas das atividades de trabalho, inclusive as de formulação?
Não. Mas não saberia dizer se isso na verdade é uma cultura enraizada e assimilada tanto pela sede quanto pela regional, onde ambas as partes têm culpa no cartório. Digamos que seja cômodo para as equipes na sede não consultar as regionais. Ou mesmo que quando as consultem, não obtenha participação satisfatória das regionais. Além disso, na própria sede é normal a ocorrência de atividades de formulação com a participação restrita de funcionários.
4 – Você acha que a presença do BCB no território nacional reconhece a imensa diversidade de vocações econômico-financeiras, identidades culturais e realidades sociais do Brasil? Por que?
Obviamente não. Não há abordagem personalizada sobre a característica financeira predominante em cada região. Por outro lado, creio que as atividades das equipes acabam sendo definidas também pelo perfil profissional disponível em cada praça.
5 – Você acha que está em curso um processo de desmonte das Regionais do BCB? Por que?
Não creio que isso ocorra propositalmente. Acho que a valorização das regionais deve ser algo que ocorra não só no sentido sede-regional, mas no sentido inverso também. É preciso imbuir as regionais das mesmas práticas gerenciais adotadas na sede, definindo corretamente atividades e metas de atendimento. Com isso, a viabilidade da participação e da execução de atividades pelas regionais poderá ser percebida de forma mais transparente. A extinção de comissões disponíveis, a meu ver, acaba sendo tanto causa quanto consequência deste processo.
6 – Se sim, por favor indique algumas possibilidades concretas de combate a tal processo.
Mobilização nas regionais, até mesmo patrocinada pelo sindicato, sobre a importância de práticas gerenciais no cotidiano profissional. Realização de treinamentos gerenciais com as equipes das regionais. Análise e definição de atividades e metas das regionais com a participação destas, da sede, e por que não, do sindicato.
7. Você acha que o tema da presença do BCB regionalmente no território nacional guarda alguma relação com o Artigo 192 da Constituição Federal? Em que sentido?
Sim. Principalmente considerando a diversidade mencionada na pergunta 4.
8. Você sabia que o Sinal já dispõe de um conjunto importante de reflexões acumuladas acerca desse assunto, contidas na proposta Artigo 192 da Constituição Federal – SFN Cidadão? (Para acessá-las,clique aqui).
Sim. Porém ainda não acompanhei todo o conteúdo disponibilizado sobre o assunto.
9.Você acha que o BCB valoriza mais o seu papel de agente centrado no funcionamento do sistema financeiro, em detrimento das suas responsabilidades como agente a serviço dos interesses do Estado? Por quê?
Claramente sim. Talvez não por uma diretriz da própria instituição, mas principalmente pela opinião de vários colegas sobre o assunto. A minha opinião neste caso é que o Banco deve ser mais presente em assuntos que apareçam diretamente no cotidiano do cidadão. Isso acaba influenciando até mesmo o eventual apoio popular quando da apresentação de demandas salariais de nossa carreira.
10 – Você acha que a Administração Central do BCB vem tomando decisões no sentido da centralização do processo decisório em Brasília?
Sim. A extinção de comissões e de equipes é uma delas. Mas, como mencionei anteriormente, elas não são apenas causa da centralização, mas consequência da falta de conhecimento da sede e das próprias equipes das regionais sobre as atividades que devem ou podem desempenhar.
11 – Você se considera submetido a uma cadeia de comando que, em última instância, é autoritária, pouco aberta ao diálogo e insensível? Como você caracteriza o modo pelo qual a hierarquia institucional incide sobre você?
Sim. Mas a meu ver essa é uma característica do Banco como um todo, e que precisa ser revista tanto na sede quanto nas regionais. Não é característica do Banco estimular a participação e o desenvolvimento de práticas invadoras. Quando isso ocorre, normalmente decorre de muito esforço pessoal de um ou outro funcionário. Por vezes, até mesmo pequenas mudanças que visam a melhorar os processos existentes são de difícil aceitação.
12 – Você considera que o seu trabalho no BCB proporciona acesso a uma realização profissional em sentido amplo?
Algumas vezes sim. A realização profissional advém não só do desempenho de atividades bem definidas, planejadas, ou mesmo inovadoras. É necessário que seja percebido que essas atividades não apenas ajudam a cumprir a missão do Banco, mas também que sejam úteis para melhorar a vida do cidadão.
COMO CONSTRUIR UM SISTEMA FINANCEIRO VERDADEIRAMENTE CIDADÃO
Apenas três passos nos separam desse objetivo.
Primeiro passo – Fazer-se presente
A proposta do Sinal –DF- “O Sinal-DF vê a questão da valorização das regionais como parte de um projeto de ampliação da atuação do Banco Central, aproximando-o da sociedade civil e mais atuante na proposta de inclusão e educação financeira do brasileiro. Para isso, o Sinal-DF é favorável à aprovação de princípios e diretrizes que deem norte à ação do Sinal no Congresso Nacional, visando regulamentação do Art. 192 da Constituição Federal que redimensione a ação do Banco Central, fortalecendo a inclusão e a educação financeira da população brasileira e uma aproximação da autoridade monetária com o cidadão. Isso levará naturalmente a um fortalecimento do papel das regionais do Banco, dando importância ao trabalho feito em todas as regionais”.
Segundo passo – Conhecer as necessidades do cidadão.
Uma vez presente, o Banco Central poderá conhecer melhor os “interesses da coletividade”.
Tomamos como premissa que não se pode construir um sistema financeiro voltado ao atendimento dos interesses do cidadão sem conhecer tais interesses. Tendo em conta a orientação que o então Senador Aloizio Mercadante prestou aos membros do grupo de trabalho do Sinal no Congresso Nacional por ocasião da última Campanha Salarial (a que nunca terminou) de que “Esta Casa é movida pela vontade popular: aproximem-se do Povo e suas portas estarão sempre abertas”, partimos em busca de respostas para entender o que a Assembleia Nacional Constituinte quis dizer com “interesses da coletividade” ao redigir o Art. 192 da Constituição Federal.
O Grupo de Trabalho Nacional constituído pelo Sinal trabalhou em várias frentes, durante dois anos, em busca dessas respostas. Depois de realizar inúmeras consultas aos diversos grupos que representam a sociedade brasileira o grupo concluiu que a grande maioria das respostas recebidas indicava um só caminho: para conhecer os interesses da coletividade é necessário estar presente em seu dia-a-dia. Daí nasceu a proposta do Sistema Financeiro Cidadão.
Terceiro passo – Levar a proposta ao Congresso Nacional
Como instituição do Estado Brasileiro o Banco Central é um cumpridor de leis. O poder discricionário de sua diretoria é mínimo. Por esse motivo, sua aproximação com a coletividade vem sendo feita de forma tão tímida, quase imperceptível. Embora se perceba a vontade política de alguns, falta de um diploma legal que lhes garanta a efetividade da ação, principalmente quando o objeto dessa ação são os bancos. Para resolver os problemas detectados em mais de dois anos de pesquisa o Sinal elaborou uma proposta de regulamentação do Art. 192 da Constituição Federal baseada em três pilares:
I – Controle Social sobre a autoridade monetária;
II – Banco Central como autoridade monetária, com autonomia política, operacional e administrativamente;
III – Sistema Financeiro estruturado para promover o desenvolvimento equilibrado e servir aos interesses da coletividade, mediante forte ação da autoridade monetária.
Com a deliberação da AND nesse sentido o Conselho Nacional poderia determinar que a Diretoria de Externas trabalhasse junto ao Congresso Nacional a construção, sobre esses três pilares, do Sistema Financeiro Cidadão.
10 – Você acha que a Administração Central do BCB vem tomando decisões no sentido da centralização do processo decisório em Brasília?
Sim, embora inconscientemente, pois, se conseguirmos abrir os olhos de todos os Diretores e Chefes de Departamento quanto às vantagens da descentralização, acredito que conseguiremos avançar nessa linha.
11 – Você se considera submetido a uma cadeia de comando que, em última instância, é autoritária, pouco aberta ao diálogo e insensível? Como você caracteriza o modo pelo qual a hierarquia institucional incide sobre você?
Não creio que a definição acima se enquadre a meu caso.
12 – Você considera que o seu trabalho no BCB proporciona acesso a uma realização profissional em sentido amplo?
Não, pois a lógica que permeia isso no BC é a “ditadura do comissionamento gerencial”: se o servidor se destaca em suas tarefas, praticamente o único caminho que ele tem para subir na carreira são funções comissionadas de coordenação ou gerência.
Há exceções, mas um bom profissional pode acabar se tornando um péssimo líder sem desejar, pois é praticamente o único caminho que o BC oferece hoje para cima. Em administração, é comum o conceito de “carreira em Y”, na qual há 50% de oportunidades de comissões gerenciais e 50% de comissões de especialistas em determinados assuntos. Seria uma boa ideia para o BC.
Outra sugestão que deixo para este tópico é o “rodízio de funções”. O BC precisa criar uma política de RH que facilite ainda mais a que colegas possam mudar temporária ou permanentemente de setor com mais facilidade (favorecendo os casos em que haja permuta temporaria ou permanente de servidores). Se houver uma política melhor definida, o setor A perde um funcionário desmotivado para o setor B, mas ganha outro motivado vindo de B para A (e vice-versa). Ou seja: o BC, como um todo, perde 2 desmotivados e ganha 2 motivados!
10 – Você acha que a Administração Central do BCB vem tomando decisões no sentido da centralização do processo decisório em Brasília?
Entendo que em uma estrutura hierárquica é normal que haja uma centralização do processo decisório junto a sua Diretoria. A questão deve estar mais relacionada à oportunização de que as estruturas descentralizadas tenham efetiva participação neste processo – o que nem sempre acontece. Todavia não posso afirmar se isto está acontecendo atualmente com maior ou menor frequência.
11 – Você se considera submetido a uma cadeia de comando que, em última instância, é autoritária, pouco aberta ao diálogo e insensível? Como você caracteriza o modo pelo qual a hierarquia institucional incide sobre você?
Dentro da unidade em que trabalho, em última instância, não. Entretanto, por vezes, são tomadas medidas sem a devida consulta aos componentes descentralizados – e que por isto acabam posteriormente necessitando de ajustes.
12 – Você considera que o seu trabalho no BCB proporciona acesso a uma realização profissional em sentido amplo?
Acredito que a carreira no BCB proporciona oportunidades interessante em termos de realização profissional. Entretanto, nem todas as oportunidades são disponibilizadas aos componentes descentralizados devido às próprias características inerentes a uma estrutura hierárquica. Desta forma, em muitas vezes, a questão nem sempre é o oferecimento de oportunidades mas sim na aceitação do servidor em acatar as condições necessárias para aproveitá-las.
Prezado Roberto,
Bom dia.
Agradecemos seu Comentário, que será incorporado a material de trabalho a ser submetido à consideração da AND.
Contamos com a manutenção de sua participação.
Com nossas saudações sindicais e um abraço,
Coordenação do tema Valorização das Regionais da XXV AND do Sinal.
O colega Amilcar Francisco Faria autorizou a publicação do seguinte Comentário sobre o texto “Não é Bem Assim, Presidente Tombini …”, por ele lido no Apito Brasil QVT:
“Perguntas: 1) Que ações você proporia ao BCB para incrementar o processo de valorização das regionais? 2) Que soluções você acredita que o BCB pode implementar para melhorar as condições de trabalho e a QVT dos servidores? Não basta diagnosticar o descontentamento, a falta de perspectivas, mais que isso, é preciso apresentar soluções, dar sugestões de melhoria. Propor coisas factíveis e não ilusórias, ações que possam ser concretizadas e não somente exibidas como possibilidades de solução (mas irreais). Att. Amilcar Faria”.
Agradecemos seu Comentário, que será incorporado a material de trabalho a ser submetido à consideração da AND.
Contando com a manutenção de sua participação,
Com nossas saudações sindicais e um abraço,
Coordenação do tema Valorização das Regionais da XXV AND do Sinal.
As minhas respostas sobre as perguntas são as seguintes, já englobando as dos demais tópicos:
1 – Você considera o seu trabalho adequado, levada em conta a sua qualificação para realizá-lo?
Definitivamente não. Como funcionário removido do Deinf em BSB para a equipe de TI de uma regional é nítida a limitação de atividades desempenhadas nas regionais. Minha opinião sobre os motivos estão presentes nas próximas respostas.
2 – Você se sente motivado para realizar o trabalho que lhe é atribuído?
A maioria das vezes não. A motivação que tenho normalmente não está em atividades propostas pelo Banco, seja sede ou regional, mas na tentativa de viabilizar novas tarefas e soluções no cotidiano da regional.
3 – Você acha que o BCB adota práticas que incentivam a participação ativa dos servidores lotados nas Regionais em todas as esferas das atividades de trabalho, inclusive as de formulação?
Não. Mas não saberia dizer se isso na verdade é uma cultura enraizada e assimilada tanto pela sede quanto pela regional, onde ambas as partes têm culpa no cartório. Digamos que seja cômodo para as equipes na sede não consultar as regionais. Ou mesmo que quando as consultem, não obtenha participação satisfatória das regionais. Além disso, na própria sede é normal a ocorrência de atividades de formulação com a participação restrita de funcionários.
4 – Você acha que a presença do BCB no território nacional reconhece a imensa diversidade de vocações econômico-financeiras, identidades culturais e realidades sociais do Brasil? Por que?
Obviamente não. Não há abordagem personalizada sobre a característica financeira predominante em cada região. Por outro lado, creio que as atividades das equipes acabam sendo definidas também pelo perfil profissional disponível em cada praça.
5 – Você acha que está em curso um processo de desmonte das Regionais do BCB? Por que?
Não creio que isso ocorra propositalmente. Acho que a valorização das regionais deve ser algo que ocorra não só no sentido sede-regional, mas no sentido inverso também. É preciso imbuir as regionais das mesmas práticas gerenciais adotadas na sede, definindo corretamente atividades e metas de atendimento. Com isso, a viabilidade da participação e da execução de atividades pelas regionais poderá ser percebida de forma mais transparente. A extinção de comissões disponíveis, a meu ver, acaba sendo tanto causa quanto consequência deste processo.
6 – Se sim, por favor indique algumas possibilidades concretas de combate a tal processo.
Mobilização nas regionais, até mesmo patrocinada pelo sindicato, sobre a importância de práticas gerenciais no cotidiano profissional. Realização de treinamentos gerenciais com as equipes das regionais. Análise e definição de atividades e metas das regionais com a participação destas, da sede, e por que não, do sindicato.
7. Você acha que o tema da presença do BCB regionalmente no território nacional guarda alguma relação com o Artigo 192 da Constituição Federal? Em que sentido?
Sim. Principalmente considerando a diversidade mencionada na pergunta 4.
8. Você sabia que o Sinal já dispõe de um conjunto importante de reflexões acumuladas acerca desse assunto, contidas na proposta Artigo 192 da Constituição Federal – SFN Cidadão? (Para acessá-las,clique aqui).
Sim. Porém ainda não acompanhei todo o conteúdo disponibilizado sobre o assunto.
9.Você acha que o BCB valoriza mais o seu papel de agente centrado no funcionamento do sistema financeiro, em detrimento das suas responsabilidades como agente a serviço dos interesses do Estado? Por quê?
Claramente sim. Talvez não por uma diretriz da própria instituição, mas principalmente pela opinião de vários colegas sobre o assunto. A minha opinião neste caso é que o Banco deve ser mais presente em assuntos que apareçam diretamente no cotidiano do cidadão. Isso acaba influenciando até mesmo o eventual apoio popular quando da apresentação de demandas salariais de nossa carreira.
10 – Você acha que a Administração Central do BCB vem tomando decisões no sentido da centralização do processo decisório em Brasília?
Sim. A extinção de comissões e de equipes é uma delas. Mas, como mencionei anteriormente, elas não são apenas causa da centralização, mas consequência da falta de conhecimento da sede e das próprias equipes das regionais sobre as atividades que devem ou podem desempenhar.
11 – Você se considera submetido a uma cadeia de comando que, em última instância, é autoritária, pouco aberta ao diálogo e insensível? Como você caracteriza o modo pelo qual a hierarquia institucional incide sobre você?
Sim. Mas a meu ver essa é uma característica do Banco como um todo, e que precisa ser revista tanto na sede quanto nas regionais. Não é característica do Banco estimular a participação e o desenvolvimento de práticas invadoras. Quando isso ocorre, normalmente decorre de muito esforço pessoal de um ou outro funcionário. Por vezes, até mesmo pequenas mudanças que visam a melhorar os processos existentes são de difícil aceitação.
12 – Você considera que o seu trabalho no BCB proporciona acesso a uma realização profissional em sentido amplo?
Algumas vezes sim. A realização profissional advém não só do desempenho de atividades bem definidas, planejadas, ou mesmo inovadoras. É necessário que seja percebido que essas atividades não apenas ajudam a cumprir a missão do Banco, mas também que sejam úteis para melhorar a vida do cidadão.
Prezado Fábio,
Bom dia.
Agradecemos seu Comentário, que será incorporado a material de trabalho a ser submetido à consideração da AND.
Contamos com a manutenção de sua participação.
Com nossas saudações sindicais e um abraço,
Coordenação do tema Valorização das Regionais da XXV AND do Sinal.
COMO CONSTRUIR UM SISTEMA FINANCEIRO VERDADEIRAMENTE CIDADÃO
Apenas três passos nos separam desse objetivo.
Primeiro passo – Fazer-se presente
A proposta do Sinal –DF- “O Sinal-DF vê a questão da valorização das regionais como parte de um projeto de ampliação da atuação do Banco Central, aproximando-o da sociedade civil e mais atuante na proposta de inclusão e educação financeira do brasileiro. Para isso, o Sinal-DF é favorável à aprovação de princípios e diretrizes que deem norte à ação do Sinal no Congresso Nacional, visando regulamentação do Art. 192 da Constituição Federal que redimensione a ação do Banco Central, fortalecendo a inclusão e a educação financeira da população brasileira e uma aproximação da autoridade monetária com o cidadão. Isso levará naturalmente a um fortalecimento do papel das regionais do Banco, dando importância ao trabalho feito em todas as regionais”.
Segundo passo – Conhecer as necessidades do cidadão.
Uma vez presente, o Banco Central poderá conhecer melhor os “interesses da coletividade”.
Tomamos como premissa que não se pode construir um sistema financeiro voltado ao atendimento dos interesses do cidadão sem conhecer tais interesses. Tendo em conta a orientação que o então Senador Aloizio Mercadante prestou aos membros do grupo de trabalho do Sinal no Congresso Nacional por ocasião da última Campanha Salarial (a que nunca terminou) de que “Esta Casa é movida pela vontade popular: aproximem-se do Povo e suas portas estarão sempre abertas”, partimos em busca de respostas para entender o que a Assembleia Nacional Constituinte quis dizer com “interesses da coletividade” ao redigir o Art. 192 da Constituição Federal.
O Grupo de Trabalho Nacional constituído pelo Sinal trabalhou em várias frentes, durante dois anos, em busca dessas respostas. Depois de realizar inúmeras consultas aos diversos grupos que representam a sociedade brasileira o grupo concluiu que a grande maioria das respostas recebidas indicava um só caminho: para conhecer os interesses da coletividade é necessário estar presente em seu dia-a-dia. Daí nasceu a proposta do Sistema Financeiro Cidadão.
Terceiro passo – Levar a proposta ao Congresso Nacional
Como instituição do Estado Brasileiro o Banco Central é um cumpridor de leis. O poder discricionário de sua diretoria é mínimo. Por esse motivo, sua aproximação com a coletividade vem sendo feita de forma tão tímida, quase imperceptível. Embora se perceba a vontade política de alguns, falta de um diploma legal que lhes garanta a efetividade da ação, principalmente quando o objeto dessa ação são os bancos. Para resolver os problemas detectados em mais de dois anos de pesquisa o Sinal elaborou uma proposta de regulamentação do Art. 192 da Constituição Federal baseada em três pilares:
I – Controle Social sobre a autoridade monetária;
II – Banco Central como autoridade monetária, com autonomia política, operacional e administrativamente;
III – Sistema Financeiro estruturado para promover o desenvolvimento equilibrado e servir aos interesses da coletividade, mediante forte ação da autoridade monetária.
Com a deliberação da AND nesse sentido o Conselho Nacional poderia determinar que a Diretoria de Externas trabalhasse junto ao Congresso Nacional a construção, sobre esses três pilares, do Sistema Financeiro Cidadão.
Prezado José Manoel,
Bom dia.
Agradecemos seu Comentário, que será incorporado a material de trabalho a ser submetido à consideração da AND.
Contamos com a manutenção de sua participação.
Com nossas saudações sindicais e um abraço,
Coordenação do tema Valorização das Regionais da XXV AND do Sinal.
10 – Você acha que a Administração Central do BCB vem tomando decisões no sentido da centralização do processo decisório em Brasília?
Sim, embora inconscientemente, pois, se conseguirmos abrir os olhos de todos os Diretores e Chefes de Departamento quanto às vantagens da descentralização, acredito que conseguiremos avançar nessa linha.
11 – Você se considera submetido a uma cadeia de comando que, em última instância, é autoritária, pouco aberta ao diálogo e insensível? Como você caracteriza o modo pelo qual a hierarquia institucional incide sobre você?
Não creio que a definição acima se enquadre a meu caso.
12 – Você considera que o seu trabalho no BCB proporciona acesso a uma realização profissional em sentido amplo?
Não, pois a lógica que permeia isso no BC é a “ditadura do comissionamento gerencial”: se o servidor se destaca em suas tarefas, praticamente o único caminho que ele tem para subir na carreira são funções comissionadas de coordenação ou gerência.
Há exceções, mas um bom profissional pode acabar se tornando um péssimo líder sem desejar, pois é praticamente o único caminho que o BC oferece hoje para cima. Em administração, é comum o conceito de “carreira em Y”, na qual há 50% de oportunidades de comissões gerenciais e 50% de comissões de especialistas em determinados assuntos. Seria uma boa ideia para o BC.
Outra sugestão que deixo para este tópico é o “rodízio de funções”. O BC precisa criar uma política de RH que facilite ainda mais a que colegas possam mudar temporária ou permanentemente de setor com mais facilidade (favorecendo os casos em que haja permuta temporaria ou permanente de servidores). Se houver uma política melhor definida, o setor A perde um funcionário desmotivado para o setor B, mas ganha outro motivado vindo de B para A (e vice-versa). Ou seja: o BC, como um todo, perde 2 desmotivados e ganha 2 motivados!
Abs, Fabio Faiad.
Prezado Fabio,
Bom dia.
Agradecemos seu Comentário, que será incorporado a material de trabalho a ser submetido à consideração da AND.
Contamos com a manutenção de sua participação.
Com nossas saudações sindicais e um abraço,
Coordenação do tema Valorização das Regionais da XXV AND do
Sinal.