Atendendo ao convite trazido pela Chefe do Depes s trs entidades sindicais,
comparecemos reunio marcada para as 17h, e que se iniciou com atraso de cerca
de meia hora.
Pelo
SINAL, estavam: David, Belsito, Paulo Eduardo, Max e Calovi (pedi Sandra
que nos acompanhasse na reunio).
O
Sindsep foi representado por Loureno, Niraldo e Gilmar, enquanto pelo
Sintbacen estiveram Maranho, Pedro, Porto e Carlos.
Na
bancada do Governo estavam Srgio Mendona e Wladimir Nepomuceno pelo MPOG/SRH,
e o Diretor Gustavo Matos, Miriam e Nilvanete, pelo BC. Compareceram,
tambm, a convite do Diretor Gustavo, Srgio Lima (Secretrio Executivo),
Geraldo Magela (Gerncia Executiva de Normatizao de Cmbio e Capitais
Estrangeiros - GENCE) e Marciano (Deban).
O
Diretor Gustavo abriu a reunio franqueando-nos a palavra.
David: viemos reunio atendendo ao
convite e estamos aqui para ouvir o que o Governo tem a apresentar.
Loureno e Maranho
fizeram as mesmas ponderaes.
Gustavo
Matos:
a reunio se deu a pedido dele, depois do movimento deflagrado no dia 28/3.
Srgio
Mendona:
reconstituiu o processo desde o final da negociao passada, segundo sua
viso. Falou do reconhecimento da diferenciao desde a AND em Jaboticatubas
(MG) e mesmo do relato do Ministro Paulo Bernardo na reunio do Sinal em Curitiba. Mas
a veio o fato novo que muda tudo, que o PAC. No tem como conversar fora
dos parmetros do PAC e que no tem proposta para esta mesa. O PAC impe
dificuldades a qualquer discusso de acordo para este ano. Pode pensar mais
frente. Estamos aqui para estabelecermos algumas condies de dilogo para
resolver o impasse, sem confronto. Est autorizado pelo Ministro Paulo
Bernardo. H preocupao com a greve.
David:
lembrou que a negociao passada
concluiu-se ao se levar apreciao e aceitao da categoria a
proposta do governo, que alegou, na ocasio, haver esgotado as suas
possibilidades oramentria e estarmos equiparados Receita Federal. A
categoria aceitou, cedendo no seu pleito inicial que era de cerca de 54% de
reajuste. O governo confirmado nas urnas o mesmo da negociao passada. O
desequilbrio salarial anterior ao PAC e remonta a julho do ano passado. O
PAC, que um conjunto do 8 MPs e um PL, ainda no aconteceu e o PL ainda
um projeto; portanto, no algo real a ser considerado hoje, e sim a
situao gerada em julho passado, quando se verificou que a limitao
oramentria no era real e o nivelamento com a Receita deixou de existir
quando todas as categorias includas nas MPs 302 e 304 nos ultrapassaram nos
vencimentos.
Belsito:
O sentimento da base de que estamos aqui para resgatar um ttulo que
nos seria devido sem a necessidade de negociao. CVM e Susep, por
exemplo, foram criadas por pessoal do BC que depois optou por retornar ao
BC; hoje, muitos deles ganham menos que o pessoal daquelas Instituies.
Dois sentimentos esto entranhados nos servidores do BC, resultantes da
ltima negociao: 1) punio, materializado pela concesso, categoria,
de 10% parcelados e 2) a falta de empenho do presidente Meirelles nos
interesses de seus comandados.
Calovi: ns nunca quebramos acordo, mas o
governo, sim. Como dizer categoria que essa reunio no de enrolao?
Temo por essa inrcia do governo e as conseqncias. O BC importante para
a estabilidade e um dos responsveis pela reeleio do governo, mas seus servidores tm
apenas o 19 vencimento do Executivo.
Loureno:
no estamos em 2007, mas sim 2005. Ao mesmo tempo que o governo diz que o
PAC impede a negociao, Srgio Mendona prope negociao?
Niraldo:
Henrique Meirelles e Paulo Bernardo sabem desta reunio?
Srgio
Mendona e Gustavo:
sim.
Maranho:
tivemos hoje uma assemblia pesada (repetiu o indicativo de que se deveria
decidir a greve em assemblia amanh, e em que foram derrotados). Sabe das
dificuldades do governo, admite a conjuntura do PAC, mas o Diretor Fleury
assumiu compromissos de no deixar que o salrio do BC ficasse em
descompasso. Disse que muitos o atacam por ser do PT, que o BC um ninho
tucano e so tratados a chibatadas. Como petista na mesa, fica em uma
situao delicada no BC. Na situao especfica dos tcnicos, sempre tem que
ficar abrindo mo. hora de o governo prestigiar um pouco. A Instituio
ajudou o governo e hora de o governo ajudar o BC. At j at se fala em um
novo sindicato. Qual o resultado prtico da reunio? A greve est a e vai
acabar desgastando a imagem do governo.
David:
a maioria de ns tem identidades ou
preferncias ideolgicas, e alguns at militncia partidria. A mesma
postura de cobrana que temos hoje a tnhamos no governo passado, at com
mais veemncia. Guiamo-nos pelas demandas da categoria. Entendemos que
estamos em uma reunio e que um processo de negociao s se estabelece com
proposta na mesa para discusso, interlocutores com mandato para fazer
acordo e prazo para durao da negociao.
Srgio
Mendona:
tem mandato para conversar, sim. A situao do governo se altera com os
fatos que ocorrem no tempo. Os dados de vocs so evidentes, mas a situao
atual do governo tambm. Temos parmetros do PAC. Temos que trabalhar lado
a lado para resolver esse impasse. Temos que buscar um ponto de equilbrio.
No temos a mesma margem de negociao que tnhamos em 2006. O PAC no
impeditivo: ele cria uma regra geral, mas h espao para negociao. Acha
que o Presidente Meirelles tem uma postura bastante produtiva, pois ele discute
dentro do governo e no faz estardalhaos.
Niraldo:
O BC tem os estudos?
Gustavo
Matos:
faz parte do trabalho do Depes, e desde o incio trabalha com vrios estudos
e simulaes das diversas situaes.
Niraldo:
o BC tem uma posio firmada quanto a esses estudos? J foram apresentados
ao MPOG?
Miriam: no final a campanha passada, foi
proposto um GT para discutir um plano de carreira e o Depes tem estudos que
fazem parte do dia-a-dia, e no tem aquele trabalho que se diga:
este. Tem desenhos de cenrios com base nas limitaes de
oramento, legais etc.
Belsito:
que se produza uma MP que mostre que se trata de uma negociao que ainda
no se encerrou.
Maranho:
pergunta a Gustavo Matos qual a posio do presidente do BC. Est
sensibilizado ou recuou diante do PAC? Como diretor e como colega, qual
seria a viso dele?
Gustavo
Matos:
o Presidente e a Diretoria esto preocupados com o movimento e a conjuntura.
Conhece e defende a remunerao compatvel aos servidores do BC.
Pedro: o PLP 01 limita gastos e o
crescimento vegetativo maior (que a limitao). isso o que est no PLP
01?
Srgio
Mendona:
o que est l. o desejo do Executivo aprovar o PLP 01 como est, mas
isso no impede a negociao.
Vladimir:
discorre sobre o que contm o PLP 01.
Calovi:
no estamos aqui para discutir o PAC. No estou otimista. No
momento no temos nada para levar para a categoria. Esta reunio foi um
erro, para ingls ver. O que vamos levar para a categoria?
Maranho:
informa que vai ter que se ausentar da reunio porque tem uma prova.
Compartilha o sentimento de Calovi, resguardadas as questes pessoais. Tem
que sair mas deixa o apelo para que se saia da reunio com uma negociao
estabelecida. O diretor Gustavo deve estar aqui escondendo o leite... O
Diretor tem que buscar uma sada o mais breve possvel, com algo concreto
para a categoria.
Paulo
Eduardo:
o PAC no impede negociao, nem algo maior que IPCA mais 1,5%.
Srgio
Mendona:
estamos buscando negociar algo dentro do PAC, mas temos dificuldades em 2007
e temos que achar uma sada para a frente. Em negociao no existe a palavra
nunca.
Paulo
Eduardo:
em que prazo o governo traz uma proposta? 3 dias?
Srgio
Mendona:
no.
Paulo
Eduardo:
em que prazo conclumos a negociao?
Vladimir: o STF
julga um mandato de injuno de dois sindicatos depois de amanh sobre o
direito de greve. Temos que construir algo dentro dos limites do PAC.
Loureno:
qualquer que seja a deciso do Supremo, no responsabilidade dos
trabalhadores.
David: a regra de que se falou aqui
inteno, projeto, portanto, no existe. Estamos acostumados a nunca
termos cenrios favorveis. Fazemos a hora. Convergimos em alguma coisa
aqui: a negociao tem que ser rpida e eficiente, mas isso ouvimos desde
2003. Em 2005, quando deveria ser rpida, tambm durou um ano e meio e
ainda estamos tratando dela aqui. Da mesma forma que voc (Srgio Mendona)
falou das dificuldades intra-governo, a nossa categoria tambm tem seu modo
de agir, difcil de mobilizar-se, de se convencer dos chamados do Sindicato;
mas quando se convence, adquire dinmica prpria, onde nem sempre prevalecem
os indicativos da direo sindical. s vezes, e no raras vezes, reorienta
os rumos da mobilizao. Com isso estamos dizendo que h uma expectativa da
base de que levemos coisas concretas daqui. Assim, retomamos o que j foi
dito: negociao se d com proposta a ser analisada e levada base e
prazo para que se concretize. Quanto lei de greve, vimos a
proposta que recebemos do MPOG na semana passada, alm do que ir a
julgamento, e no estamos assustados.
Srgio
Mendona:
devemos ponderar sobre o movimento. Hoje s temos duas categorias com
negociao aberta: a Polcia Federal e o BC.
Vladimir:
no h como dar uma data. Precisa-se ver as condies dentro do governo. H
dificuldades em conceder qualquer coisa este ano. Estamos aqui num processo de
elaborao conjunta. Dificilmente sair recomposio por MP e dificilmente
em 2007. Em 2008 h mais espao no oramento que em 2007, e assim ano a ano.
No existe neste ano a flexibilidade dos anos anteriores. Tem-se que
considerar que no passado, para dar reajustes maiores, o BC restringiu o seu
prprio oramento de custeio. Hoje j no se tem essa margem. No queremos
que pensem que estamos gastando tempo conversando, mas no d para estimar
prazo.
Srgio
Mendona:
fala em duas semanas, que foi o prazo que a PF teve, e amanh tero reunio
de negociao com proposta. Seria mais pondervel aguardar mais alguns dias
frente.
Gustavo
Matos:
atendeu ao que foi solicitado em carta, que foi a reunio.
Srgio
Mendona: o
compromisso de voltar o mais breve possvel a negociar.
Terminada a reunio, ficamos com os demais sindicatos discutindo e avaliando
o que
foi dito.
Todos se manifestaram e aqui vo as pontuaes do SINAL:
no temos como tirar indicativos para as assemblias naquele
momento, pois precisamos primeiro informar s assemblias o que se passou na
reunio, avaliar a dinmica e o sentimento da categoria e ouvir os demais
dirigentes regionais, pois na mesa s tnhamos representantes de duas
regionais (Braslia e Rio).
Ouvir a todos o que tem trazido ao movimento unidade da
categoria e sintonia das aes do nosso coletivo.